JornalCana

Novo cenário mexe com o planejamento agrícola

As perdas financeiras geradas pelos preços desfavoráveis de açúcar e álcool, as expansões de canaviais de usinas já existentes, as novas fronteiras da canade- açúcar, a mecanização em alta – tanto da colheita como do plantio – acrescentaram novos ingredientes ao

sistema de planejamento e gerenciamento da produção agrícola do setor sucroalcooleiro. O novo cenário mexe com questões essenciais do processo de produção, que abrangem preparo do solo, controle de pragas e doenças, adubação, gestão hídrica, manejo varietal, equilíbrio ambiental, entre outros aspectos, criando novos gargalos e demandas. Em meio a uma movimentação atípica do setor que abre espaço para a discussão do interesse mundial pelo etanol aos transtornos ocasionados pelos preços baixos e para a importância da realização

de investimentos em alta tecnologia à necessidade de se manter os tratos culturais e os procedimentos básicos no manejo da cultura, o planejamento da produção torna-se essencial para definir prioridades, assegurar e elevar produtividade e, se possível, aumentar a competitividade. Antes de qualquer decisão, especialistas e consultores da área – quase em uníssono – alertam que as unidades produtoras devem descartar medidas voltadas à diminuição de custos, sem critérios, com adubos, herbicidas e práticas que possam interferir no rendimento agrícola. O fantasma da crise de 1999 é

lembrado, no atual cenário, como algo assustador para quem insiste em não aprender a lição. “Algumas usinas resolveram economizar, naquela ocasião, com tratos culturais e tiveram até mesmo dificuldades

de sobrevivência após o término da crise devido à queda significativa da produtividade, que foi agravada por um período de estiagem”, relata o engenheiro agrônomo René de Assis Sordi, diretor da EneRcana, empresa de consultoria de Piracicaba, que atuou 8 anos no Planalsucar e quase 20 anos no Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). Segundo ele, as empresas que não deixaram de investir nos cuidados com os canaviais suportaram melhor os efeitos da crise. Outro alerta de René de Assis: o adiamento da reforma, visando a redução de custos, não é recomendável. Essa decisão poderá ter um impacto negativo na média do rendimento agrícola, pois a cana-planta chega a produzir 30 a 40 toneladas a mais por hectare. “Deixar de reformar pode provocar desequilíbrios na produtividade por 4 ou 5 anos”, adverte.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram