O PAP 2006/2007 traz cinco alterações na área de
seguro rural, conforme o Decreto nº 5.782, de
23/3/06. Uma delas é a ampliação do escopo do
programa, de forma a contemplar todas as culturas
exploradas pelos produtores rurais com produtos de
seguro aprovados pela Superintendência de Seguros
Privados. As outras novidades são: a inclusão
das modalidades de seguro pecuário, de florestas
e aqüícola; a elevação dos percentuais de subvenção;
a ampliação dos limites financeiros de subvenção;
e o aumento do orçamento para execução
do programa. Serão destinados R$42,6 milhões de
recursos orçamentários para a subvenção do prêmio
de seguro rural contratado pelo produtor, em 2006.
Pelas regras anteriores, apenas oito culturas
estavam habilitadas a receber a subvenção do
Governo – algodão, arroz irrigado, feijão, maçã,
milho, soja, uva de mesa e uva para vinho. Agora,
as seguradoras podem desenvolver produtos de
seguro para todas as atividades agropecuárias,
contando com percentuais de subvenção que vão de
30% a 60% do prêmio contratado pelo produtor.
Os valores máximos de subvenção ao prêmio, que
eram R$7 mil para culturas periódicas e R$12 mil
para culturas perenes, foram unificados em R$32
mil. O produtor rural poderá receber subvenção
para mais de uma cultura dentro do mesmo grupo,
desde que o somatório do benefício não ultrapasse
R$32 mil naquele grupo. O limite de subvenção
para as novas modalidades também é R$32 mil.
Dessa forma, o teto anual da subvenção para o
produtor diversificado, que era R$26 mil, foi
elevado para R$192 mil.
As mudanças têm como objetivo a diversificação
e a universalização da oferta e da demanda por
seguro, princípios básicos da atividade securitária.
Atualmente, as contratações de seguro no Brasil
estão concentradas no Sul e Sudeste. O Governo
Federal espera que as alterações viabilizem a
incorporação ao sistema securitário do maior número
possível de produtores rurais, principalmente aqueles
que operam na região Centro-Oeste e nas fronteiras
agrícolas do norte e do nordeste.
A opção do Governo de promover a auto-suficiência
do País em todos os tipos de combustíveis criará um
novo mercado para a agricultura brasileira, em
especial para os produtores de cana-de-açúcar e de
oleaginosas. Já no primeiro trimestre de 2006, três
unidades da Petrobras estarão aptas a produzir
o H-Bio, um novo diesel, resultante da mistura
de óleo mineral e vegetal, menos poluente
e tão eficiente quanto o diesel original.
Conforme cálculos preliminares, a produção inicial de
H-Bio significará uma demanda adicional de 1,2
milhão de toneladas de oleaginosas. Os produtores
de cana-de-açúcar também serão favorecidos pela
decisão de empregar álcool para a produção de
energia nas termoelétricas.
Este novo cenário permitirá que o Governo Federal
trabalhe para viabilizar a implantação de
aglomerados agroenergéticos (agriclusters), de modo
a ampliar a participação da agricultura na matriz
energética brasileira, reduzindo o custo dos
combustíveis e seu efeito poluente.
A propósito, nas linhas normais do BNDES existem
valores direcionados para o setor sucroalcooleiro,
para implantação de lavouras, construção e
modernização de usinas e co-geração de energia.
Em 2005, foi aplicado R$1,1 bilhão e está
programado R$1,6 bilhão para 2006.
Estas linhas estão sendo ajustadas para melhor
atender a suas finalidades. O prazo de pagamento,
que é 30 meses, será ampliado. Além disso,
o financiamento de implantação das lavouras
era restrito aos produtores ligados a usinas
em construção. Esta obrigatoriedade foi eliminada.