As novas especificações da gasolina automotiva, estabelecidas pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) na Resolução nº 807/2020, passam a ser obrigatórias a partir de hoje (3/8).
De acordo com a agência, essas novas especificações aprimoram a qualidade da gasolina brasileira, proporcionando maior eficiência energética, além de melhor a autonomia dos veículos pela diminuição de consumo. Assim como, viabilizam a introdução de tecnologias de motores mais eficientes, com menores níveis de consumo e emissões atmosféricas.
Publicada em janeiro deste ano, a resolução deu prazo até 3 de agosto para os produtores de combustíveis se adequarem às regras. Assim, a partir de hoje, toda a gasolina produzida no país e importada deverá atender às novas especificações.
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A revisão da especificação da gasolina automotiva contempla, principalmente, três pontos. O primeiro é o estabelecimento de valor mínimo de massa específica (ME), de 715,0 kg/m3, o que significa mais energia e menos consumo.
O segundo é valor mínimo para a temperatura de destilação em 50% (T50) para a gasolina A, de 77,0 ºC. Os parâmetros de destilação afetam questões como desempenho do motor, dirigibilidade e aquecimento do motor.
O terceiro ponto é a fixação de limites para a octanagem RON (Research Octane Number), já presente nas especificações da gasolina de outros países. A fixação de tal parâmetro mostra-se necessária devido às novas tecnologias de motores e resultará em uma gasolina com maior desempenho para o veículo.
Existem dois parâmetros de octanagem – MON (Motor Octane Number) e RON. No Brasil, só era especificada a octanagem MON e o índice antidetonante (IAD), que é a média entre MON e RON. O valor mínimo de octanagem RON, para a gasolina comum, será 92, a partir de 3 de agosto de 2020, e 93, a partir de 1º de janeiro de 2022. Já para a gasolina premium, será de 97, já a partir de 3 de agosto próximo.
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Para Martinho Seiiti Ono, CEO da trading SCA Etanol do Brasil, é louvável a atitude do Governo e da ANP impor uma condição, principalmente à Petrobrás, que tem praticamente o monopólio de refino no País, a fazer uma gasolina de melhor qualidade, equalizando o que o mercado internacional oferece.
“O mercado americano, por exemplo, oferece quatro tipos de gasolina, com excelentes qualidades, com octanagem de 87 a 94 para o consumidor escolher. No Brasil, tínhamos um padrão nivelado por baixo, neste ponto ela é positiva”, analisa.
Seiiti comenta que o mercado afirma que a nova gasolina deve custar de 5 a 7 centavos a mais do que o produto que estava à venda até então. Com a melhora da octanagem, provavelmente irá propiciar uma economia na quilometragem por litro e menor poluição.
“Na medida que se ganha um pouco mais de eficiência energética no sentido de rodar um pouco mais com litro de gasolina em relação à situação atual, vai se pagar um preço mais caro por isso”, disse o executivo, completando que, o etanol neste contexto, não ganha, mas fica em igualdade em relação à situação atual.