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Notícias que movimentaram os preços do açúcar em 2015

Nenhum ano é de normalidade para os preços do açúcar, diversos fatores intrínsecos ao seu mercado e externos continuamente favorecem ou pressionam os valores dos contratos nos mercados de Londres, Nova York e Brasil, principais regiões de comercialização do produto.

Em 2015 os de preços da commodity iniciaram o ano em baixa, motivados pela tendência de superávit produtivo que caminhava para seu sexto ciclo. Com o cenário desfavorável para a fabricação de açúcar, esta tendência se reverteu e 2016 deve ser um ano com melhores preços para a commodity.

Abaixo é possível conferir as principais notícias produzidas pelo Portal JornalCana sobre a movimentação do mercado de açúcar no Brasil e no mundo.

Início de safra lento

A expectativa para o início da safra 2015/16 era de maior moagem em relação a 2014/15 – safra com baixa pluviosidade e baixa inserção do etanol no mercado nacional. A Unica esperava moagem 3% superior, porém o ano foi iniciado com fortes chuvas em março, o que atrasou a moagem planejada para o primeiro mês de safra. Por outro lado, a elevada chuva animou os produtores com a expectativa de aumento de produtividade.

Chuvas no Brasil

O aumento das chuvas na maior região produtora de cana-de-açúcar no país, resultou na diminuição do ATR [Açúcares Totais Recuperáveis] da matéria-prima, dificultando a fabricação de açúcar.

O ATR da primeira quinzena de novembro ficou em 133,12 kg. Queda de 2,8%, quando comparado com a safra passsada, de 137 kg.

Neste cenário, as usinas deram preferência à produção de etanol, valorizado no mercado interno. Movimento que diminuiu a quantidade de açúcar no mercado.

Maior produção de etanol no Brasil

A produção acumulada de etanol na safra 2015/16 está 3,43% maior, alavancada pelo hidratado, que teve produção 9,27% superior em relação a safra anterior.

A maior mistura do biocombustível na gasolina e os melhores preços para o hidratado na bomba, estimularam a fabricação do etanol em detrimento ao açúcar, com preços mais voláteis e menores retornos ao longo do ano.

A preferência pelo biocombustível no país deixou em alerta os mercados internacionais e doméstico, impulsionando ao longo dos últimos meses uma alavancagem dos preços do açúcar.

Baixa moagem no Centro-Sul

Após a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) divulgar  no dia 8 de dezembro , a baixa moagem da principal região produtora de cana-de-açúcar do país, os contratos futuros de açúcar em Nova York perderam sustentação de preços. Negociados no início do dia a 15,32 centavos de dólar a libra-peso, os contratos para março de 2016 chegaram ao final do pregão aos 15,05 entavos de dólar a libra-peso.

Confira o comportamento dos contratos para março de 2016 após o anúncio:

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Exportações brasileiras aumentam, porém lucro é menor

As exportações de açúcar em bruto nos primeiros cinco meses de 2015 avançaram em volume e caíram em valores. Foi o que revelou o balanço do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Segundo o MDIC, de janeiro a maio, as usinas exportaram 1,3 milhão de toneladas de açúcar em bruto, alta de 7,7% ante o 1,2 milhão de toneladas embarcadas nos primeiros cinco meses de 2014.

Embora o montante tenha crescido, o valor recebido em dólares foi menor.

Nos primeiros cinco meses deste ano, a exportação do açúcar em bruto rendeu em dólares FOB (até o embarque no porto) US$ 438 milhões.  Já no mesmo período do ano passado, a venda gerou US$ 469 milhões.

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Com subsídio, exportações na Índia crescem e diminuem estoques domésticos

Devido ao incentivo às exportação de açúcar, a Índia iniciará safra 2016/17 com menores estoques do produto em relação ao início da safra vigente.

Os estoques para o começo da safra estão estimados em 6,7 milhões de toneladas, queda de 26,4% em relação a 2015/16.

A safra indiana começou o atual ciclo com estoques de açúcar estimados em 9,1 milhões de toneladas. Nesta safra a Índia exportou 600 mil toneladas do produto.

Membros da  Indian Sugar Millls Association (Isma) afirmam que o país é capaz de exportar um milhão de toneladas de açúcar refinado e até 2 milhões de toneladas de açúcar demerara.

O incremento destas importações pressionará os valores do açúcar no mercado internacional, porém o cenário é favorável para a cultura de cana-de-açúcar na Índia, que terá maior quantidade de capital circulante para pagar seus fornecedores.

Recorde do Indicador Cepea para açúcar cristal

Os consecutivos recordes do Indicador Cepea para o açúcar cristal comercializado em São Paulo foram destaques no setor.

O Indicador apresentou 16 altas consecutivas e atingiu o valor recorde de R$ 80 a saca de 50 quilos.

Atualmente, após algumas oscilações, o indicador possui valor de R$ 82,16.

O motivo

Para os pesquisadores do Cepea, esta alta está ligada a manutenção dos preços pelas usinas de cana-de-açúcar, que mesmo em cenário com menores negociações, estas mantém firmes os preços para o produto.

A alta foi resultado do travamento do produto em contratos e às chuvas – que dificultam a produção deste pelo menor ATR da cana e moagem -, limitando a oferta deste no mercado spot.

Déficit global fortalece os preços do açúcar

O final de 2015 foi marcado pela confirmação do primeiro déficit global de açúcar após 6 safras consecutivas em superávit. A notícia animou o mercado, que observa a melhora dos preços praticados nos contratos futuros.

No Brasil, a preferência pela produção de etanol tem sustentado melhores preços para o açúcar, reflexo deste comportamento é o elevado patamar alcançado pelo Indicador Cepea – R$ 82.

Embora não esteja claro qual o real número do déficit global de açúcar para a próxima safra, as consultorias concordam que este irá acontecer.

 

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