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Nordeste: Safra de cana cresce e preço cai 40%

Setor sucroalcooleiro de Pernambuco espera que haja retomada dos preços com redução de 25% da safra indiana. O setor sucroalcooleiro de Pernambuco encerra a safra 2003/2004 com crescimento de 18% no volume de canas em comparação com a safra passada, mas com queda de 40% em seus preços finais de venda. De acordo com Renato Cunha, presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar), a redução se deve a alguns fatores, tais como, oscilações do mercado internacional, face oferta e demanda, nos países produtores, dificuldades mundiais de logística, encarecimento dos fretes marítimos por causa do aumento do petróleo e taxações políticas de impostos de importações.

O presidente considera que a rota de crescimento na produção foi danificada pela redução dos preços finais. “Terminamos a safra mais descapitalizados para enfrentar a entressafra”. Na atual safra, o setor moeu um total de 17,4 milhões de toneladas de cana. Isso garantiu a produção de 1,4 milhão de toneladas de açúcar, alta de 15,52% em comparação com a safra 2002/2003, que foi de 1,2 milhão de toneladas. Desse total, 62% foram para o mercado internacional, principalmente Rússia, Leste Europeu e Norte da África.

O setor em Pernambuco produziu, nesta safra, cerca de 372 mil metros cúbicos de álcool. Um volume 21% maior do que o registrado na safra anterior, que foi de 306 mil metros cúbicos. Esta é a maior safra de cana em Pernambuco nos últimos cinco anos, mas não é a melhor em rentabilidade como atesta o Sindaçúcar. A perspectiva para a safra 2004/2005 é de uma colheita de 19 milhões de cana com o aumento da produtividade e da área plantada, situação que dependerá muito da liberação dos recursos da equalização.

Paraíba

O anúncio do aumento de 15% no preço do açúcar no mercado internacional animou os produtores de cana-de-açúcar do Nordeste. Como os preços pagos pela matéria-prima sempre esteve, diretamente, ligado aos valores pagos pelo álcool e açúcar nos mercados nacional e internacional, ao se manter essa tendência, os preços devem refletir positivamente no que é pago ao produtor. Hoje, uma tonelada de cana padrão, com 129,36 de ATR médio, na Paraíba, está sendo vendida por R$ 28,43. Para o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), José Inácio de Morais, a subida do preço do açúcar no mercado internacional anima os produtores que começam a vislumbrar a possibilidade de reajuste nos preços que estão defasados.

“Os preços da cana-de-açúcar caíram quase 30% na safra 2003/2004 em relação a safra anterior. Hoje, o que é pago ao produtor mal cobre as despesas que ele tem com sua produção. Notícias como essa estimulam o fornecedor de cana que começa a ter perspectivas mais otimistas”, argumenta. José Inácio lembra que essa tendência de alta no preço do açúcar deve permanecer, principalmente em função da quebra na safra da Índia. Devido a seca, aquele país deve produzir uma safra 25% menor que a estimada e isso impulsiona as vendas do açúcar brasileiro no mercado internacional. “A Índia é um importante concorrente brasileiro e um grande consumidor de açúcar. Com essa redução em sua safra, o Brasil deve responder pela maior parte dessa demanda e isso contribuirá com a volta a normalidade dos preços”, afirma o presidente da Asplan.

Atualmente, a Paraíba responde pelo 3º lugar no ranking de estados com maior produção de cana no Nordeste, ficando atrás de Alagoas e Pernambuco. De toda a cana colhida na Paraíba, 85% são destinadas a produção do álcool (anidro e hidratado) e 15% correspondem à produção de açúcar, rapadura, aguardente e outros derivados.

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