O ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, de 84 anos, foi indicado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) ao Prêmio Nobel da Paz 2021.
A nomeação foi protocolada pelo diretor da Esalq, Durval Dourado, no The Norwegian Nobel Committee. “Trata-se de um provedor da paz mundial, tanto no passado, com o desenvolvimento da Agricultura Sustentável no Cerrado, preservando a Amazônia, como no presente e no futuro, liderando o Projeto Biomas na Academia como Terceiro Titular da Cátedra Luiz de Queiroz”, afirmou.
Dourado destacou a contribuição de Paolinelli ao meio ambiente e à sociedade, ressaltando o seu legado em transformar o Brasil de importador de alimentos, em 1970, em potência mundial do agronegócio que viabilizou ao Brasil alimentar cerca de 1 bilhão e duzentos milhões de pessoas de um total de 7 bilhões, em 2016, no mundo todo.
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“Paolinelli já antevia desde os anos de 1960 que o futuro dependia da transformação da agricultura tradicional. Foi dele o impulso que inaugurou uma nova era no campo, cujos impactos socioeconômicos, de sustentabilidade e desenvolvimento humano estão presentes até hoje”, enfatizou.
O processo da nomeação de Paolinelli ao prêmio foi desenvolvido por uma rede de entidades sob a liderança do ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues e que teve recebeu apoio nacional e internacional. Ao todo, foram recebidas 119 cartas, representando 24 países de todos os setores de atividade, para a indicação.
“Paolinelli é o maior brasileiro vivo, é o visionário da maior revolução agrícola tropical sustentável que ocorreu no Brasil. Ele é um grande construtor da paz, pois alimento é paz, sustentabilidade é paz”, destacou Rodrigues.
Para o indicado ao prêmio, a agricultura sustentável é a saída para atender à demanda futura de alimentos e destaca as tecnologias que revolucionaram a agricultura tropical no Brasil, como a integração lavoura-pecuária-floresta e a irrigação. “O Brasil irriga apenas 7 milhões de hectares, mas pode irrigar mais de 35 milhões usando somente águas superficiais. Podemos colocar essa agricultura num sistema de irrigação já praticada em mais de 2,5 milhões de hectares no planalto central brasileiro. Com isso, temos capacidade de produzir até 3 safras por ano”, afirmou.
De Bambuí – MG, Alysson Paolinelli tornou-se agrônomo em 1959 pela Escola Superior de Agronomia de Lavras (Esal), hoje, Universidade Federal de Lavras (Ufla). Em 1971, assumiu a Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, e em 1974, o posto de ministro da Agricultura, entre outros importantes cargos ao longo da vida. Atualmente, é presidente do Instituto Fórum do Futuro e Embaixador da Boa Vontade do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).