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No governo de MS, Zeca do PT ajudou empresas de álcool

O ex-governador de Mato Grosso do Sul José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, que vai atuar em parceria com o deputado cassado José Dirceu (PT-SP) como consultor nas áreas de biodiesel e álcool, concedeu incentivos fiscais nos últimos três meses de seu governo a empresas desse mesmo setor.

De outubro a dezembro do ano passado, três empresas assinaram acordo com o governo estadual -então chefiado por Zeca- para obter redução de impostos. Não foi divulgado o valor que o Estado deixará de arrecadar.

Dirceu afirmou ontem em sua página na internet que Zeca “propôs uma parceria para dar consultoria na área dos biocombustíveis”. Procurada pela Folha, a assessoria de Dirceu informou que ele não daria mais detalhes.

Entre as três beneficiadas com incentivos por Zeca, a Brasil Ecodiesel e a Brasil Bioenergia investirão, juntas, R$ 105 milhões na produção de cerca de 230 milhões de litros de biodiesel por ano. O grupo Tavares de Melo aplicará R$ 1,1 bilhão para produzir 126 milhões de litros de álcool. Os dados são do governo Zeca.

Os empreendimentos ainda não saíram do papel. O atual governador, André Puccinelli (PMDB), não vê irregularidade nos incentivos fiscais, informando que são previstos em lei.

Em Mato Grosso do Sul, a Ecodiesel deve construir uma usina em Dourados, município onde ganhou uma área do prefeito petista Laerte Tetila.

No lançamento das obras da Ecodiesel em Dourados, no fim de dezembro, o deputado federal petista Vander Loubet, sobrinho de Zeca do PT, afirmou que foi Dirceu quem propôs a instalação de uma usina de biodiesel em Mato Grosso do Sul.

Em outubro, Zeca disse, ao assinar acordo para dar o incentivo fiscal à empresa, que foi apresentado à diretoria da Ecodiesel pelo presidente Lula.

Foi anteontem que Zeca do PT anunciou que entrará para a iniciativa privada. O anúncio ocorreu por meio do deputado estadual Paulo Duarte (PT), que foi seu secretário da Casa Civil. Zeca não aceitou cargos federais oferecidos por Lula, disse Duarte.

Outro lado

“Se ele fosse ocupar cargo [público], iriam criticar. Ele [Zeca] tem que sobreviver. A pensão [vitalícia de R$ 22 mil a que Zeca teria direito após deixar o cargo] está [sendo questionada] na Justiça. É um pouco de hipocrisia [questionar isso]”, afirmou Duarte, ao ser questionado sobre Zeca atuar numa área para a qual concedeu incentivo fiscal.

“Existem ex-presidentes do Banco Central que foram atuar em bancos privados. Mas ele [Zeca] não detêm nenhuma informação privilegiada.”

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