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New Holland apresenta projeto pioneiro de biomassa

O Brasil alcançou a sétima posição mundial entre as maiores economias do planeta e não é de hoje que o país é visto como promessa para o futuro global. Além da perspectiva contínua do aumento da produção de alimentos, gerada pela necessidade da crescente demanda no planeta, o País desponta no quesito geração de energia.

De acordo com a Aneel e o Ministério de Minas e Energia, 38% da matriz energética brasileira vêm do petróleo, 15% da hidroeletricidade e 14% da cana-de-açúcar. Na sequência aparece a geração de energia através de biomassa, com 13% da matriz energética, com destaque para o bagaço da cana-de-açúcar e a madeira. Ou seja, 45% da matriz energética brasileira é de origem renovável.

O País já tem um histórico muito interessante na área de bioenergia. “Se fizermos uma análise podemos constatar que ¼ de toda a força energética nacional é gerada através da cana-de-açúcar”, afirma Samir de Azevedo Fagundes, responsável pelos projetos de biomassa desenvolvidos pela New Holland.

Unindo o conceito de biomassa ao agronegócio, a New Holland estuda no Brasil um projeto inédito que visa gerar energia sustentável através da fonte de biomassa de uma cultura de grande destaque no agronegócio brasileiro: a palha da cana-de-açúcar.

O projeto está sendo desenvolvido em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), e busca utilizar a palha da cana-de-açúcar (gerada na colheita mecanizada) para produção de energia. A pesquisa, baseada na aplicação da enfardadora BB9000 da New Holland, está sendo desenvolvida desde maio de 2010 e já apresenta resultados favoráveis.

Força da cana

Com o objetivo de gerar energia limpa, aliada às necessidades de redução de custos dos processos industriais, a New Holland desenvolveu um estudo junto ao CTC para utilização da BB9000 no processo de enfardamento do resíduo da cana-de-açúcar. A sustentabilidade do projeto vai de encontro à legislação ambiental, que proibirá a utilização da queimada na colheita da cana-de-açúcar.

O projeto tem ainda um viés de grande importância econômica dentro das usinas, pois se trata de uma matriz com menor custo por geração de MW/h. “O usineiro completa o ciclo produtivo da cadeia, pois tem aproveitamento de resíduos, podendo inclusive tornar-se autossuficiente em energia elétrica e até mesmo lucrar com o excedente”, afirma Fagundes, que destaca os incentivos políticos do Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica) e da Lei 10.762.

Fagundes enumera que a bioeletricidade – gerada após o processo de cogeração – tem uma série de vantagens: é um recurso renovável, que polui menos, tem risco e prazo de execução menor, maior facilidade em estimar a energia a ser gerada, além de diversificar, mais ainda, a matriz energética nacional.

“Estamos caminhando para um cenário de colheita 100% mecanizada, sem queima, então é fundamental o aproveitamento da biomassa na geração de energia”, afirma Fagundes. Segundo dados da União da Indústria da Cana-de-Açúcar – Unica, a estimativa é que em aproximadamente dez anos a bioeletricidade gere energia equivalente a três usinas Belo Monte. Os investimentos para produção de bioeletricidade também são mais baixos: de acordo com a Aneel, o processo de geração de bioeletridade é R$16,65/MWh mais barato do que a produção energia hidrelétrica.

O processo se divide em uma série de etapas, começando pelo acúmulo da palha gerada após a colheita mecanizada da cana-de-açúcar. Após a colheita, a palha permanece exposta ao tempo por um período de até dez dias para que seque. Quando o material está com cerca de 10% de umidade é feito o aleiramento, que reúne a palha em linhas (leiras).

Após o acúmulo da palha em leiras, uma enfardadora BB9000 acoplada ao trator passa recolhendo o material e fazendo os fardos. Por último, a carreta recolhedora de fardos encaminha o material para o ponto de carregamento, de onde seguem para a usina.

Produção da energia

De acordo com o especialista em Tecnologia Agroindustrial do CTC, Marcelo Pierossi, neste processo é indicado recolher entre 25% e 50% do total da palha gerada pela colheita mecanizada. De acordo com ele, essa quantidade varia em função das condições climáticas e do solo, visto que a palha da cana é de suma importância para a cultura. “Locais mais secos precisam de mais palha no solo, para manter a umidade da terra. Solos com menos matéria orgânica também. Em outros casos, no inverno, muita palha pode atrapalhar o crescimento da cana”, explica.

Na usina, a palha da cana-de-açúcar passa por um processo de trituração para que fique do mesmo tamanho do bagaço da cana, com o qual será mesclada para a queima na caldeira. Esta queima gera um vapor que, por meio de um gerador, é transformado em energia. Parte da energia produzida é consumida na própria usina e o excedente é vendido.

Pierossi explica que os custos do projeto são animadores. “Atualmente o custo para produzir um mega watt/hora é de R$ 45. Queremos baixar para algo em torno de R$ 42”. Assim, além de produzir uma energia limpa e renovável, por meio de um processo pouco complexo e de fácil implantação, é gerada uma receita extra para a indústria, o que barateia os custos de produção do açúcar e do etanol.

Biomassa BR

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