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Neiva faz aposta em aviões a álcool

As vendas de aviões agrícolas movidos a álcool deverão ser o novo “carro-chefe” da Indústria Aeronáutica Neiva, de Botucatu (SP), subsidiária da Embraer. A expectativa da empresa é de que as vendas desses aviões representem 85% do total negociado pela companhia neste ano, de acordo com Acir Luiz Padilha Júnior, diretor da Neiva.

Depois bater recorde de vendas em 2004, com 83 aviões agrícolas negociados, o que representa um crescimento de 80% sobre 2003, a demanda por essas aeronaves deverá dar uma desacelerada neste ano, pressionada, sobretudo pela queda dos preços internacionais dos grãos. As menores vendas deverão ser compensadas pela maior procura pelos kits de conversão de avião à gasolina para álcool.

Para este ano, a empresa deverá encerrar com 72 unidades comercializadas. Até março, a empresa entregará 12 unidades movidas à gasolina. “A partir de março todas as unidades negociadas deverão ser movidas a álcool”, diz Padilha. A economia operacional com a mudança do combustível é de cerca de 20%, segundo ele. “A manutenção dos aviões agrícolas a álcool é bem menor do que a dos movidos à gasolina.”

Juntamente com o lançamento dos aviões movidos a álcool – negociados a US$ 259 mil, ante US$ 255 mil dos movidos à gasolina -, também decolaram as vendas dos kits de conversão de aviões a gasolina para álcool (US$ 25 mil). Em 2004, a empresa recebeu pedido de 60 conversores. Os volumes saltaram para 103 este mês. As conversões são feitas em uma oficina autorizada pela Neiva.

Segundo Padilha, as regiões Centro-Oeste e Sul do Brasil, principais produtoras de grãos, deverão concentrar os maiores volumes de negócios do país, como nos últimos anos.

A incidência da ferrugem asiática nas lavouras de soja do país manterá aquecida a demanda por aviões agrícolas no país, acredita Padilha. “Os aviões permitem a pulverização das lavouras mesmo em época de chuva”, afirma. As pulverizações terrestres, segundo ele, têm alcance menor e ainda compactam o solo.

O faturamento da companhia neste ano deverá se manter em US$ 50 milhões como em 2004 (dados preliminares) , dos quais US$ 20 milhões serão provenientes das vendas de aviões agrícolas e de kits conversores.

A Neiva responde hoje pela fabricação de quase 80% da frota de avião agrícola do país. A companhia é a única fabricante nacional dessas aeronaves, tendo os EUA como principais concorrentes.

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