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Native intensifica atuação como companhia de alimentos orgânicos

A Native, braço do grupo paulista Balbo e dona da mais difundida marca de açúcar orgânico do mundo, está ampliando seu portfólio e se configurando, cada vez mais, como uma empresa de alimentos orgânicos.

O negócio iniciado em 1997 com a produção de açúcar expandiu-se para café, soja, suco de laranja e achocolatados orgânicos. Neste mês, a marca coloca no mercado brasileiro suco de maracujá. E em três meses apresentará uma linha completa de biscoitos orgânicos, que vinha sendo desenvolvida há dois anos. “Percebemos que apostar só em açúcar é um ledo engano. Uma marca não cresce apenas com um produto”, afirma Leontino Balbo Júnior, diretor comercial do grupo.

A estratégia de reforçar a marca, que contou até agora com investimentos de quase R$ 10 milhões, parece surtir efeito. O açúcar orgânico, carro-chefe da empresa, já é exportado para 55 países. Seu foco é o exterior – 85% da produção sai do país.

Mas a empresa aposta também em um participação maior de vendas no Brasil. O mercado de sucos prontos para beber, por exemplo, é visto como potencial, com expansão de 13% em 2006 e um faturamento de quase R$ 1 bilhão, segundo a Nielsen.

Cauteloso, Leontino Balbo evita falar em números. Mas os que ele solta apontam para um cenário promissor. A Native faturou no ano passado R$ 7 milhões, um crescimento de 53% em relação ao ano anterior. De janeiro a maio deste ano, a expansão já é de 38% sobre igual período de 2006. “Pode ser pouco, mas nossa base está alargando”, diz ele.

A expansão dos negócios se reflete na estrutura da empresa, que criou um escritório de representação em São Paulo e contratou mais engenheiros de alimentos e assistentes. “Estamos sendo muito procurados”, diz Balbo.

Na semana passada, uma delegação de parlamentares alemães visitaram a usina em Sertãozinho para conhecer os modelos de produção orgânica da Native. Os alemães são grandes importadores de açúcar da empresa.

Em 2006, a Native produziu 43 mil toneladas de açúcar e a previsão é de chegar a 55 mil toneladas em 2007, diz Leontino Balbo. Entre seus clientes estão pesos-pesados como Kraft Foods, Nestlé, Starbucks e Dr. Oetker.

O diretor comercial do grupo insinua grandes negócios à vista. “Em agosto, a usina receberá a visita de um vice-presidente da Danone para o desenvolvimento de um projeto de fornecimento de longo prazo de açúcar orgânico”, diz ele. Hoje, a Danone compra 9 mil toneladas de açúcar por ano da Native, das quase 400 mil toneladas que consome no mundo apenas na área de lácteos, diz ele.

“Eles querem garantir um fornecimento maciço de longo prazo. Podemos até criar uma unidade para produção de açúcar dedicada à Danone”.

Balbo acredita que as exigências – a cada dia maiores – do mercado consumidor por respeito ambiental e apelo à saúde terão um impacto direto em seus resultados. “Há multinacionais que compram 80% do açúcar que consomem de cana queimada. Isso começa a pegar mal. Num futuro breve, as empresas não vão querer mais se associar a isso”.

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