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Não pare na pista: biocombustiveis brasileiros a caminho da consolidação na UE

As duas últimas semanas de Março trazem uma série de boas novas para o mundo dos agronegócios. Primeiro tivemos em Amsterdam o “World Biofuels Markets”, aonde encontrei e entrevistei Geraldine Kutas (UNICA) e depois foi a vez do “Bloomberg New Energies Finance Summit”, em Londres. Lá tive encontro marcado com Michael Liebreich, CEO da Bloomberg New Energies Finance.

Durante os eventos vimos que a África é o futuro mas o Brasil é o agora. Também ficou bem claro que a opinião pública é o vetor que pode mudar o curso das emperradas negociações quando se trata de abrir caminho para derrubar as tarifas na Europa. Sim, ele mesmo, o consumidor que na opinião de muitos não apitava nada, ele pode ser a chave para o êxito do etanol brasileiro.

O sucesso depende de uma política de comunicação constante e em conjunto com interlocutores europeus. Ou seja, a palavra de ordem é uma prática muito comum no Brasil: Parcerias.

A construção de parcerias são, para Michael Liebreich, a chave para a crescente aceitação do produto e proliferação de bombas de biocombustíveis nos postos conforme entrevista concedida exclusivamente durante a conferência de Londres.

Em Amsterdam, Jan Ernst de Groot, managing director da KLM Royal Dutch Airlines, também defendeu uma opinião muito semelhante quando se trata de difundir o uso de biocombustíveis no setor de aviação. Será que a decisão de utilizar o biocombustíveis vai aumentar ou diminuir o número de clientes? Será que isto vai polir ou ofuscar a imagem da companhia?

Para o diretor da KLM estas perguntas são tão sérias que para tal já foi criada até uma companhia especializada que cuida da construção de parcerias e estuda a melhor forma de dar participação ao público usuário de seus aviões. Por mais irracional que a possível rejeição de biocombustíveis, que dispõe de um balanço de massa além dos 35% segundo métodos europeus, pudesse parecer.

Se os europeus se preocupam tanto assim os brasileiros também deveriam tomar a iniciativa. Uma postura pró-ativa estimulará sinergias aonde lucro será mútuo. Os brasileiros precisam de parceiros fortes no setor privado dentro da União Européia. O caso Cosan & Shell ilustra bem estes efeitos benéficos e ninguém pode esperar que um trabalho apenas diplomático ou de lobby façam milagres.

Para o executivo que é um dos maiores experts em investimentos no setor de bioenergias do planeta, a Suécia, que construiu postos de abastecimento como showcase para desmistificar os biocombustíveis para o cidadão comum já há mais de 5 anos, é um exemplo a ser seguido pelo Brasil na Europa. “Os produtores de biocombustiveis e energias renováveis se adiantaram demais em suas corridas tecnológicas deixando para trás o consumidor comum ou negligenciaram o valor do seu papel no desenvolvimento dos mercados”, explica Michael Liebreich.

(DCB, dcoelho@gmx.de)

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