Na Itália, Lula defende etanol produzido no Brasil e apresenta o carro verde

Para o presidente, é importante encontrar os verdadeiros culpados pelo aumento dos preços dos produtos agrícolas. “O que nós vamos dizer claramente é que o Brasil tem condições e tem tecnologia de ajudar o mundo a dar um passo importante e produzir etanol sem precisar utilizar nenhum produto que sirva de ração animal. Esse é o momento do Brasil. Se a gente fica quieto e se a gente não fizer o debate, eles farão sem nós”, afirmou o presidente Lula.

Para convencer o mundo da viabilidade do projeto brasileiro de biocombustíveis, o presidente Lula vai usar também o argumento da não-poluição. Lula pediu ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) para medir a emissão de gases em carros a álcool e a gasolina com o mesmo motor e apresentou o primeiro protótipo de um carro ecológico. “Esse aqui é o primeiro carrinho verde do mundo”, apresentou o presidente Lula.

O carro verde terá todas as partes plásticas produzidas com derivados da cana. Sobre o corte da cana, atividade vista como desumana pela Anistia Internacional, o presidente Lula respondeu: “Todo mundo sabe que o trabalho na cana é duro. Agora, não é mais duro do que é o trabalho em uma mina de carvão, que foi a base do desenvolvimento da Europa”, comparou o presidente Lula.

O presidente afirmou que não pretende proibir a plantação de cana na Amazônia e condenou qualquer palpite estrangeiro nas florestas do Brasil. “Nenhum país do mundo tem autoridade moral e política para falar de conservação ambiental e para falar de etanol conosco”, afirmou o presidente Lula.

No momento mais descontraído da entrevista, o presidente Lula afirmou que vai se transformar no ‘chato do etanol’ até convencer a comunidade internacional dos benefícios do projeto brasileiro. Na tarde desta segunda-feira (2), Lula recebe a presidente da Argentina e o secretário geral da ONU, na embaixada do Brasil em Roma.