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Na Alemanha, Rodrigues vira embaixador do etanol

O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, passou a semana na Alemanha como um representante do etanol brasileiro. Durante a participação no 24º Encontro Econômico Brasil-Alemanha – em Berlim – e ontem na conferência “O agronegócio como propulsor do Desenvolvimento Mundial”, em Frankfurt, Rodrigues divulgou as vantagens do combustível, a experiência brasileira e tentou desmistificar informações que hoje circulam no exterior e que, de alguma forma, criam resistências ao etanol brasileiro.

Segundo ele, um dos entraves para a exportação para a Europa são as dúvidas em relação à capacidade do país para atender uma futura demanda pelo produto. Muito dessa desconfiança, conforme Rodrigues, vem das duas crises de fornecimento do álcool vividas pelo Brasil nos últimos 30 anos.

Para esse questionamento, Rodrigues rebate com números. Segundo ele, o país tem 90 milhões de hectares aptos para a agricultura, dos quais 22 milhões ideais para a plantação de cana-de-açúcar. Hoje a produção do etanol corresponde a 17,5 bilhões de litros por ano, e o mercado interno consome 15 bilhões de litros. Além disso, há somente 10% da área agricultável do país ocupada por cana-de-açúcar.

Rodrigues observou que há cerca de 100 projetos que envolvem o aprimoramento da produção e novas usinas, o que poderia gerar um crescimento de 12 bilhões de litros na produção em dez anos. “A condição de exportação do etanol é formidável”, disse.

Outro entrave citado pelo ex-ministro é a idéia de que a floresta amazônica estaria sendo desmatada para a plantação da cultura. Durante a visita a Alemanha, o ex-ministro foi questionado algumas vezes por jornalistas estrangeiros sobre o fato e também sobre o uso de mão-de-obra escrava nas plantações. Em suas exposições, Rodrigues tem usado um mapa do Brasil para demonstrar a exata localização das áreas de cana, explicando que a cultura não se adaptaria ao clima e ao solo da região.

Rodrigues disse ainda que há uma resistência do “império do petróleo” sobre os combustíveis alternativos. “Mas isso vem mudando”, afirmou, citando o H-Bio desenvolvido pela Petrobras. Há ainda desconhecimento do consumidor sobre o combustível.

Com sua defesa do aumento da produção do etanol no mundo, o desejo de Rodrigues é que o combustível se torne uma commodity, ganhe regras de mercado e seja comercializado em bolsa. Por isso o interesse em fechar um acordo de cooperação com a Alemanha. “Nosso interesse não é vender para a Alemanha, embora essa possibilidade não seja descartada. Mas queremos fechar parcerias de cooperação para conquistar terceiros mercados”, disse. A idéia de um acordo foi discutida durante o Encontro Econômico, mas ainda não há definição sobre a questão.

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