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Mudança de postura reflete em ganhos

Há alguns anos, os ecologistas que chamavam a atenção para os riscos da degradação da natureza, do desmatamento, da poluição do ar e da água eram, muitas vezes, desacreditados e vistos como fanáticos. Infelizmente, hoje, sentimos na pele o quanto eles tinham razão. Com todas as ações destruidoras do homem, vemos nosso planeta se aquecer e as fontes de água contaminadas pela poluição.

É por isso que o dia 5 de junho, lembrado em todos os países como o “Dia Mundial do Meio Ambiente”, ganha cada vez mais relevância no mundo todo. No Brasil, conforme decreto federal, a importância deste assunto ganhou força com a criação da “Semana Nacional do Meio Ambiente”, celebrada nos primeiros dias do mês de junho. Ambos são decretos fundamentais e têm o propósito de chamar a atenção de todos para a urgência de ações que envolvam comunidade e governantes para a preservação do patrimônio natural.

Privilegiados, vivemos num País que detém cerca de 13% da água potável de todo o mundo, mas, inconscientes da realidade, desperdiçamos cerca de 40% da água que tratamos e poluímos grande parte dos rios e córregos que cortam o território brasileiro, em especial nas grandes cidades do Brasil. Quem não conhece ou ouviu falar do Rio Tietê, em São Paulo, só para citar um exemplo bastante comum?

Os brasileiros ainda lavam calçadas e carros com água potável; diversas indústrias despejam nos rios resíduos sanitários e de produção sem tratamento algum; e muitas áreas agrícolas sofrem com repetidas secas por falta de métodos simples de armazenagem e utilização de água para irrigação. Temos de frear esse processo. Uma das grandes dificuldades em todo o mundo é encontrar maneiras de utilizar e proteger os recursos hídricos.

Dados da Organização das Nações Unidas apontam para um futuro ainda mais preocupante do que o presente que já vivemos: atualmente, cerca de 1,1 bilhão de pessoas não tem acesso à água potável, fator responsável por 80% das mortes e enfermidades nos países em desenvolvimento. Estima-se que, se for mantido o ritmo atual, no ano de 2050, mais de 45% da população mundial não terá a quantidade mínima de água necessária para o consumo diário. No Brasil, apenas 48,5% dos domicílios dispunham, em 2006, de esgotamento sanitário através de rede coletora e 22,1% utilizavam fossas sépticas, indicando inadequação clara ou inexistência do esgotamento sanitário nas 29,4% habitações restantes. O desenvolvimento global e o crescimento demográfico exigirão maior consumo de água e, conseqüentemente, ainda mais cuidados na utilização deste bem. A agricultura, por exemplo, é responsável pelo consumo de 70% da água doce disponível no planeta.

O reúso de água tratada em aplicações não potáveis já é uma realidade em muitos países, mas ainda pouco adotado no Brasil. Eficientes na finalidade a que se destinam, essas práticas são potencialmente mais significativas se executadas com ações que levam à redução do desperdício e ao uso mais racional da água. Além de uma forma de economizar esse importante recurso, é uma maneira fácil e totalmente viável de reduzir consideravelmente os custos com água. Aliás, essa economia pode chegar a 90%, em alguns casos.

As mais recentes tecnologias permitiram desenvolver sistemas compactos de tratamento de esgoto acessíveis a qualquer empreendimento e adequados às mais diversas necessidades, pois atendem a parâmetros específicos para cada destinação. A possibilidade de flexibilizar os projetos e adequá-los a futuras expansões torna a relação custo-benefício mais satisfatória. Atualmente, para empresas comerciais ou industriais localizadas em regiões metropolitanas, as soluções possibilitam o retorno do investimento em até um ano em média.

Hoje, o mercado possui importantes regulamentações e as soluções para tratamento de esgoto sanitário seguem os padrões das normas técnicas vigentes. Entre elas, podemos citar a NBR 13.969/97, norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que dispõe sobre o sistema de tratamento complementar e disposição final de efluentes. Se corretamente seguidos, tais requisitos resultarão em alta eficiência do tratamento do esgoto, de modo que o efluente tratado possa ser reutilizado em diversas finalidades não potáveis ou retornar à natureza sem riscos de agressão ao meio ambiente.

Reutilizar água que geralmente é despejada em nossos rios é mais do que uma questão de responsabilidade ambiental. É também econômica, administrativa e, acima de tudo, humana.

* Giovani Toledo é Gestor de Unidade de Negócios Mizumo – divisão do Grupo Jacto, criada em 2001 com o propósito de melhorar o ambiente em que vivemos e prover soluções tecnológicas que possam tratar e reaproveitar efluentes. Referência nacional em sistemas compactos de tratamento de esgoto sanitário, a empresa oferece soluções ambientais customizadas e modulares, que integram produtos, serviços e tecnologia, adequadas a cada tipo de cliente.

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