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MT apóia cultura do “pinhão manso” para produção de biocombustível

O Governo do Estado vai apoiar o cultivo do pinhão manso, uma planta com excelente potencial para produção de biocombustível para fomentar a agricultura familiar e as cadeias produtivas dos consórcios intermunicipais de desenvolvimento econômico e social. O secretário de Desenvolvimento Rural, Clóves Vettorato, esteve esta semana nos municípios mineiros de João Pinheiro e Janaúba, onde visitou plantios e viveiros de mudas da oleaginosa, além de manter contato com secretários de agricultura e meio ambiente, produtores, e visitar a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa),

Planta desconhecida pela maioria da população mato-grossense, o pinhão manso concentra em seus frutos até 40% de óleo. Por este motivo, além de ser uma cultura existente de forma espontânea em áreas de solos pouco férteis e de clima desfavorável à maioria das culturas alimentares tradicionais, o pinhão pode ser considerado uma das mais promissoras oleaginosas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste do Brasil para substituir o diesel de petróleo. Uma das vantagens: a planta não é afetada (até o presente) por nenhuma praga. É altamente resistente a doenças e os insetos não a atacam, pois ela segrega um leite que queima.

“A Seder está buscando alternativa de renda para a pequena propriedade e o pinhão se apresenta como uma dessas alternativas para a produção do biocombustível”, disse o secretário Vettorato, que foi a Minas na companhia do diretor administrativo da Ecológica Mato Grosso (Ecomat), Sílvio Rangel, do presidente do Grupo Barralcool, João Petrônio e do coordenador dos consórcios intermunicipais, Neurilan Fraga.

Com o apoio do Governo, projetos da exploração da cultura em Mato Grosso devem partir da iniciativa privada. “Eu achei muito interessante a alternativa econômica. A decisão está mais nas mãos dos empresários do que do Governo”, avaliou o secretário. “A Seder está acompanhando este processo e uma vez aprovada sua viabilidade econômica poderá emprestar todo o apoio técnico necessário através da Empaer (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural) e outras ações necessárias”.

Vettorato acredita que o cultivo do pinhão manso atrairá investidores para a produção do biocombustível em Mato Grosso. “A cultura é interessante, todavia, depende do empresário interessado na aquisição da matéria-prima procedente da pequena propriedade apresente uma proposta que permita ao pequeno produtor obter renda”, argumentou Vettorato.

Na opinião de Neurilan Fraga, o cultivo do pinhão representa mais uma alternativa de renda em consórcios como o da Bacia do Alto Rio Paraguai cujos gestores públicos de 11 Municípios decidiram investir na bacia leiteira, avicultura de corte, heveicultura (seringueira), fruticultura (abacaxi) e ovinocultura. Estão envolvidos no consórcio os Municípios de Alto Paraguai, Nortelândia, Denise, Barra do Bugres, Arenápolis, Nova Marilândia, Diamantino, Nova Olímpia, Tangará da Serra, Santo Afonso e Porto Estrela. “Eu acho que é viável a produção do pinhão manso em Mato Grosso. Para se tornar uma cadeia produtiva é preciso ter uma definição em termos econômicos”, sublinhou Fraga.

De acordo com o site www.pinhaomanso.com.br, “o ciclo produtivo da planta é variável, conforme se faça o plantio por estacas ou por sementes. Segundo informações obtidas nas áreas de incidência em Minas Gerais, a produção por via vegetativa tem início após dez meses, mas só atinge a plenitude após dois anos. A propagação por via seminal, por outro lado, é mais demorada, mas esse processo tem a vantagem de gerar espécies mais robustas, normalmente de ciclo vegetativo mais longo, podendo atingir 100 anos de vida”.

Ainda segundo o referido site, “as sementes utilizadas na disseminação devem provir de plantas robustas e saudáveis, dotadas de boa produtividade. O sistema de propagação em viveiros é mais racional e deve ser o recomendado, pois estando sujeita a melhores cuidados nos primeiros dois anos certamente irá a planta adquirir maior resistência e possuir melhor conformação”.

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