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MST invade engenho de açúcar gerido por trabalhadores

Integrantes do MST ocuparam hoje o engenho Niterói, pertencente à Usina Catende, na zona da mata sul, cuja massa falida é administrada desde 1995 por trabalhadores rurais ex-empregados da empresa e ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Pernambuco (Fetape). O MST reivindica a desapropriação de 23 dos 48 engenhos da usina e promete juntar mil famílias no acampamento em duas semanas para pressionar o Incra com este objetivo.

É a segunda vez que o movimento invade estas terras. Na primeira, em 2000, foram realizadas seis ocupações, mas a ação gerou tal polêmica que o MST decidiu recuar, acusado de estar disputando terra de trabalhador de outra organização.

O assessor de planejamento do conselho de gestão da usina, Lenivaldo Marques da Silva Lima, informou estar entrando com uma ação de reintegração de posse na justiça. “O Incra apóia o projeto que está sendo realizado na usina e estranha a atitude isolada do MST de querer confrontar com trabalhadores rurais”, reagiu o superintendente regional do órgão, João Farias ao tomar conhecimento da ocupação. “Não entendo porque uma organização de trabalhadores se coloca contra a reivindicação de terra de outros trabalhadores”.

Ele adiantou que o governo federal não vai alimentar disputa entre movimentos e nem considera prioridade desapropriar terras que já vêm sendo alvo de projeto de trabalhadores. Quando a usina faliu, 4 mil trabalhadores ficaram sem receber seus direitos trabalhistas. Com a anuência da justiça, eles assumiram a gestão da massa falida, através da Cooperativa Harmonia, na tentativa de recuperar a empresa e depois terem participação acionária.

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