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Montadoras têm o melhor julho da história

A indústria automobilística produziu no mês passado 1,1% menos na comparação com junho, mas ainda assim teve o melhor julho de sua história, com 222,4 mil veículos saindo das linhas de montagem. Foi o segundo mês seguido de baixa na produção, mas, no ano, o setor segue batendo recorde, com um total acumulado de 1,52 milhão de unidades, 4,4% a mais na comparação com o mesmo período de 2005.

As vendas internas continuam puxando o desempenho do setor. Foram 165,8 mil unidades em julho, um crescimento de 11,7% ante junho. Nos sete meses, foram vendidos 1,027 milhão de veículos, resultado 9,4% maior que o do ano passado. Já as exportações, em unidades, apresentam resultado 4,2% inferior ao acumulado do ano passado. Em valores, porém, as vendas externas também são recordes no período, com US$ 6,65 bilhões em divisas. As empresas reajustaram os preços dos carros vendidos no exterior, para repassar a valorização do real, mas os clientes resistem em pagar mais e estão reduzindo as compras, disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogelio Golfarb.

Os efeitos positivos do pacote de modernização cambial anunciado no mês passado e do novo programa de financiamento às exportações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para montadoras que não demitirem devem ser graduais, afirmou o executivo, mas ele ainda não consegue medir resultados no curto prazo.

A produção menor em julho, segundo Golfarb, em parte é resultado da queda das encomendas externas, mas também da redução do ritmo das fábricas por causa dos altos estoques acumulados no mês anterior, quando os negócios caíram por causa do efeito Copa que, segundo a indústria, afugentou consumidores das lojas.

ESTOQUES

No mês passado houve muitas promoções e os estoques baixaram de 198,6 mil unidades para 189,3 mil, entre fábricas e concessionárias, informou Golfarb. Em agosto, a produção pode ter nova baixa. A Volkswagen reduziu a semana de trabalho na sua maior fábrica, a de São Bernardo do Campo, de cinco para quatro dias.

A Volks, segundo trabalhadores, teria feito estoque extra à espera de uma possível greve dos funcionários – que não aceitam o programa de demissões de 4 mil a 6 mil postos anunciado pela montadora -, mas não tem onde guardar os veículos, por isso optou por reduzir a semana de trabalho.

Os 12 mil trabalhadores da fábrica do grupo no ABC têm estabilidade até meados de novembro, mas, quando o prazo vencer, a empresa pode iniciar o plano de enxugamento de mais de 3 mil postos previsto para ser concluído até 2008.

Os cortes em andamento na fábrica da Volks em Taubaté (SP), onde houve acordo com o sindicato local para um pacote de demissões voluntárias inicialmente para 160 trabalhadores, e na fábrica da General Motors em São José dos Campos (SP), também com pacote de incentivos, ainda não foram contabilizados nos números gerais da Anfavea.

De acordo com a entidade, o setor tem atualmente 107,1 mil empregados (93,9 mil nas fábricas de veículos e 13,1 mil nas de tratores), mesmo número de junho. Na comparação com janeiro, há mil vagas a menos.

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