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Montadoras se concentram em motores e combustíveis

A onda ecológica também invade os lançamentos de carros de passeio no mercado brasileiro. A maioria dos fabricantes vem concentrando esforços na tecnologia híbrida, que une motores elétrico e a combustão. Reciclagem de componentes e uso de fibras naturais, como o óleo de palma, e biodiesel 100% de cana-de-açúcar são outros recursos verdes usados pelas montadoras.

Em sua linha de luxo, a Ford se destaca com o sedã Fusion Hybrid, de dois motores integrados na transmissão e bateria de 250 V-275 V, para tração. A bateria é recarregável pela própria ação energética do veículo, sem a necessidade de ligações externas. Rogélio Golfarb, diretor de assuntos corporativos da empresa, explica que os motores elétrico e a gasolina funcionam de maneira sincronizada.

O executivo explica algumas funções do modelo híbrido: toda vez que o motorista pisa no freio, recupera a energia gasta, consumindo 30% menos. O carro usa o motor elétrico nas situações de anda e para, e em velocidades inferiores a 75 km/h. Quando precisa recarregar a bateria automaticamente, ou se a velocidade ultrapassar os 75 km/h, o motor a gasolina entra em operação; e o sistema de freios recupera até 95% da energia que seria perdida por atrito. Quanto às emissões de poluentes, chegam a ser 92% menores.

Manter um programa de reaproveitamento de materiais em sua fábrica de Betim (MG) está entre as iniciativas ecológicas da Fiat. Nesse sentido, sobressai o novo Fiat 500, mesmo carro produzido no México e vendido desde o início do ano no mercado americano – segundo informa a empresa. O compacto é o primeiro modelo da marca no Brasil a receber o motor 1.4 16V, a gasolina, com tecnologia MultiAir, criada pela Fiat Powertrain, com foco em economia de combustível e baixas emissões.

O motor 1.4 flex do Fiat 500 desenvolve 88 cavalos de potência quando abastecido com álcool, e pode ser combinado a câmbio manual ou automático. Tem tecnologia que controla a entrada de ar e a combustão, utilizando o acionamento eletro-hidráulico das válvulas.

O Grupo PSA Peugeot Citroën Brasil realiza pesquisa e desenvolvimento de biocombustíveis e de materiais verdes. Na área de biocombustíveis, além de motores flex-fuel, a empresa desenvolve, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), o Projeto Biodiesel Brasil.

Já na terceira fase de execução, a pesquisa, orçada em cerca de R$ 1,5 milhão, deve ser concluída em 2013. O Projeto Biodiesel Brasil desenvolve biodiesel 100% brasileiro, 100% biodegradável e 100% renovável, bem diferente do estudado na Europa, no qual o metanol (derivado de petróleo) é usado para a obtenção da reação química que dá origem ao combustível.

O biodiesel vem sendo testado nos veículos das marcas Peugeot e Citroën, na proporção de 30% de biodiesel e 70% de diesel metropolitano, o chamado B30. Atualmente, as principais ações de biodiesel no Brasil adotam mistura de 2% a 5% de biodiesel (B2 a B5).

Na produção do novo biodiesel, o óleo vegetal retirado de oleaginosas, como a soja ou a palma, é substituído por um produto obtido da cana-de-açúcar por meio de processos químicos especiais. “Além de desenvolver novos carros, como o Peugeot 408 e o Citroën Aircross, nossas equipes locais estão se tornando referência nos campos onde o Brasil tem muito potencial: materiais verdes e biocombustíveis”, ressalta Carlos Gomes, presidente Brasil e América Latina da PSA Peugeot Citroën.

Já a Renault estabeleceu uma meta ambiciosa com o Programa de Gestão do Ciclo de Vida do Carro, em São José dos Pinhais (PR): produzir, até 2015, um veículo com 95% de suas peças passíveis de recuperação. Hoje, o índice de aproveitamento – que abrange reciclagem e valorização – supera 91%.

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