Montadoras pedem ajuda a Bush para uso de etanol
Montadoras dos EUA cobraram ontem do presidente George W. Bush apoio à criação de incentivos para garantir que mais postos de combustíveis americanos vendam etanol e biodiesel, enquanto a indústria expande sua produção de veículos “flex fuel”.
Bush reuniu-se com os CEOs da GM, Rick Wagoner; da Ford, Alan Mulally e da DaimlerChrysler, Tom LaSorda. Foi o segundo encontro em quatro meses.
Metade dos carros fabricados pelas três montadoras até 2012 poderão rodar com biodiesel ou o E85, composto feito com 85% de etanol e 15% de gasolina, disseram os executivos das companhias por meio de nota. A questão, para as montadoras, é se haverá combustíveis renováveis em quantidade suficiente nos postos do país. Bush quer reduzir o consumo de petróleo nos EUA em 20% em dez anos e incentivar o uso de combustíveis alternativos, mas o país mantém tarifas que dificultam a entrada de etanol e biodiesel do exterior.
“Desejamos liderar esse caminho”, disseram os CEOs. “Mas precisamos que o governo e os fornecedores de combustível ampliem a infra-estrutura antes que possamos ter um impacto significativo.”
Bush não se comprometeu publicamente com qualquer política de incentivos. Só elogiou a iniciativa das empresas em fabricar mais carros flex. “Isso é um grande marco tecnológico para o país.”
Os produtores americanos de etanol (feito principalmente de milho) contam hoje com um subsídio de US$ 0,51 por galão. Também são beneficiados pela tarifa de US$ 0,54 por cada galão importado pelo país. Os produtores dos EUA não teriam condições de atender o possível aumento da demanda por combustível alternativo.
Hoje, dos 170 mil postos de combustíveis do país, só cerca de 2 mil vendem o E85 ou biodiesel. As montadoras afirmam que o sistema de distribuição ficará crítico à medida que mais carros flex estiverem nas ruas. Phil Lampert, diretor-executivo da Coalizão Nacional do Veículo a Etanol, estima que seriam necessários pelo menos 20 mil postos com só para o E85.
