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Montadoras aceleram busca de energia alternativa

A busca do desenvolvimento de carros econômicos não é apenas uma necessidade dos tempos de alta nos preços de petróleo. Virou uma febre nos Estados Unidos, berço da indústria automobilística. A forma como o assunto é tratado no salão do automóvel de Detroit, que será aberto ao público amanhã, indica que a montadora que não se alinhar à tendência não sobreviverá.

Assim como no Brasil a indústria automobilística se entusiasma a cada lançamento de automóvel que pode ser abastecido com gasolina ou álcool, nos Estados Unidos os fabricantes fazem festa em torno de cada novo modelo híbrido – veículo que roda com gasolina e energia elétrica.

As montadoras se apressaram em apresentar novos híbridos no salão de Detroit para começar a vendê-los na primavera do Hemisfério Norte, temporada de lançamento de carros na região. Para os carros do futuro, o setor está debruçado no desenvolvimento de outras alternativas de energia.

No salão de Detroit há protótipos (modelos que ainda não entrarão em produção) com diversas alternativas de combustível: gasolina misturada com etanol, eletricidade e células de combustível, extraídas do hidrogênio.

A Honda decidiu, neste ano, colocar ao lado dos modelos expostos no salão não apenas o preço do veículo como também estimativas de gasto com combustível durante um ano. Para o Civic 1.8, que custa US$ 21.110, a montadora estima gasto anual de US$ 970 com gasolina. No Honda Civic híbrido, a US$ 21.850, o custo com combustível calculado cai para US$ 660. O utilitário esportivo CR-V, que nos EUA custa US$ 25.450, o gasto anual com gasolina vai para US$ 1.370.

A Toyota incluiu uma versão híbrida na linha Camry, carro mais vendido nos EUA, que entra na sexta geração. O Camry, sedã médio nos padrões americanos (luxuoso no conceito do mercado brasileiro), é uma espécie de símbolo. A venda do modelo nos Estados Unidos em 2005 alcançou 432 mil unidades (equivale ao volume total de uma grande montadora no Brasil). Dos 10 milhões de unidades Camry vendidas no mundo, 6,5 milhões rodam nos EUA.

A Toyota foi pioneira no lançamento de um carro híbrido nos EUA – o monovolume Prius, que já está na segunda geração. “Fizemos isso (o lançamento de uma versão híbrida do Camry) porque os compradores desse modelo esperam esse tipo de comprometimento da Toyota”, disse o vice-presidente das operações Toyota nos Estados Unidos, Don Esmond, durante a apresentação do carro numa concorrida entrevista coletiva esta semana.

A Toyota sabe, assim, que o interesse pelo carro pode cair se não houver uma versão híbrida. Pesquisa apresentada esta semana em Detroit pelo economista chefe da DaimlerChrysler, Van Jolissaint, a analistas do setor, mostra a evolução do item economia de combustível nas decisões de compra de veículos. Este item estava em 22º lugar entre os quesitos que levam à escolha de um carro em 2001. Há dois anos, foi para o 13º e no ano passado ficou em 9º . “A pesquisa foi feita antes do furacão Katrina”, ressaltou o executivo.

A Ford está empenhada em desenvolver os motores a álcool nos Estados Unidos. “O etanol reduz a dependência do petróleo e ajuda os agricultores”, disse Bill Ford Jr, presidente do conselho da montadora, na apresentação das novidades da marca com novos combustíveis. A Ford tem um executivo brasileiro na área de desenvolvimento de produto nos Estados Unidos. Marcos de Oliveira conta que a empresa trabalha agora no que chama de tricombustível. No Brasil, o tricombustível agrega álcool, gasolina e gás. Nos EUA é gasolina, álcool e a energia que virá da célula de hidrogênio.

A General Motors já experimentou a mistura do álcool nos EUA. O principal executivo da GM, Rick Wagoner, diz que a empresa tem 1,2 milhão de veículos que podem ser abastecidos com etanol rodando nos EUA e neste ano serão vendidas mais 400 mil unidades.

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