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Modelo de cana regenerativa na Flórida nos Estados Unidos marca a abertura do CANABIO23

Serão dois dias compartilhamento de conhecimentos técnico sobre manejo biológico, orgânico e sustentável da cana

Modelo de cana regenerativa na Flórida nos Estados Unidos marca a abertura do CANABIO23

O cultivo da cana em solos arenosos e orgânicos na região da Flórida, nos Estados Unidos, abriu o caminho do CANABIO23 – Em busca da Cana Regenerativa, na manhã desta quarta-feira, nas dependências do Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto – SP, evento que se estenderá até amanhã (25), com o objetivo de proporcionar o compartilhamento de conhecimentos e benchmarking técnico sobre manejo biológico, orgânico e sustentável da cana-de-açúcar.

Rosa Muchovej, cientista chefe de solos da empresa norte-americana U.S.Sugar, que emprega o sistema de cana regenerativa, e figura como a maior produtora de cana e açúcar dos Estados Unidos, foi a palestrante que abriu o evento.

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Rosa Muchovej

Ela falou das etapas do trabalho de coleta e processamento do solo, realizado pela U.S.Sugar, que em seguida são conduzidas ao laboratório, onde é feita análise nutricional. Rosa destacou também o trabalho de análise foliar.

“Os resultados são usados para verificar o status nutricional da cultura e correções são efetuadas caso a colheita seja tardia. As correções são feitas para o próximo plantio ou para cana soca”, explicou Muchovej.

A cientista falou também sobre o conceito da cana regenerativa, que basicamente defende que é possível produzir, recuperando a terra e preservando o meio ambiente, restaurando solos degradados, conservando espécies polinizadoras, aumentando a captura de carbono e a retenção de água no solo.

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Muchovej discorreu sobre algumas das técnicas do sistema de cana regenerativa aplicadas pela U.S. Sugar: rotação de culturas é uma forma de quebrar ciclos, lembrando a que a planta de cobertura mais usada é a crotalária; diminuir a aragem no solo; diminuir maquinário nos campos; otimizar uso de combustíveis/emissão de gases; diminuir o uso de herbicidas (tecnologia); conservar os solos (solos orgânicos – alagamento); utilizar os resíduos para energia; utilizar resíduos diretamente nos campos; compostagem torta com bagaço da cana-de-açúcar, entre outros.

Uma característica típica da região da Flórida é o controle de roedores, que provocam perdas que variam de 15 a 20 milhões de dólares anuais. Rosa conta que o controle biológico é feito com corujas, predadores naturais desses roedores.

“Em 2022 haviam 30 caixas instaladas para abrigar as aves. Em 2023 foram implantadas mais 100 caixas e existem 400 em construção. A meta é de 1000 novas caixas nos próximos dois anos”, disse Muchovej.

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Em relação aos meios tecnológicos ela destacou o trabalho na área de agricultura de precisão, automação, armazenamento e análise de dados, sensoriamento remoto, consultor virtual, Inteligência Artificial e conectividade.

Segundo Muchovej a adoção da cana regenerativa vem trazendo resultados expressivos na produtividade. “Em nossos campos a produção continua aumentando. No solo arenoso, onde o manejo é mais difícil, nas três colheitas que fazemos, produzimos uma média de 98 toneladas por hectare e no solo orgânico de 150 a 160 toneladas”, informou.

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