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Modal passa a ofertar “hedge” para oscilações de commodities

As commodities em mínimas históricas e as lacunas deixadas por outros bancos que frearam a sua atuação na oferta de hedge (proteção) para variação de preços das matérias-primas abriram espaço para novos competidores no segmento. O Banco Modal é um dos estreantes e neste ano começou a ofertar um derivativo no Brasil registrado na Cetip que replicará as condições desse tipo de operação nas bolsas americanas.

De acordo com o sócio do Modal Cristiano Ayres, a vantagem para o cliente é não precisar ter uma “off-shore” para fechar esse tipo de contrato, pois usará a estrutura do Modal. Segundo ele, a área de tesouraria (“sales and trading”) respondeu no ano passado por mais de 30% do resultado do banco. “Foi uma performance bem acima do esperado, por conta da volatilidade cambial”, afirma. A mesa do banco que opera para clientes, conta, é bastante ativa na parte de moedas e de hedge cambial. Mas em meados do ano passado, identificou a demanda por um serviço adicional, ligado a commodities.

A intenção do Modal, segundo Ayres, é transformar-se um player importante do segmento, que dentro do banco começou a tomar forma no segundo semestre de 2015. Pedro Barbirato, que era gestor de commodities do banco, foi deslocado para a mesa de clientes.

Entre os bancos médios, outro que tem o serviço na prateleira é o Pine. No grupo dos grandes, a percepção no setor financeiro é que dois dos participantes bastante atuantes tendem a perder peso: o HSBC, adquirido pelo Bradesco, e o BTG Pactual, que era relevante no mercado não só com operações financeiras, mas também físicas, e hoje reavalia todas as suas atividades.

As commodities vêm sendo negociadas próximas de seus pisos históricos e a percepção de que os preços possam subir, justifica a busca por proteção.

O Modal quer ofertar a opção de hedge não apenas ao produtor, que já tradicionalmente busca proteger as receitas de sua safra; mas também a clientes que usem as commodities como matéria prima, que tenham commodities como um componente da margem de negócios do lado do custo e não das receitas.

“Em anos mais complicados como esse em que o país caminha para um segundo ano de recessão, é de se esperar que as empresas busquem maior aperfeiçoamento no controle de custos também de insumos, não apenas em aspectos administrativos”, diz Ayres.

A operação segue a lógica do hedge cambial. Mas em vez de o cliente negociar nas bolsas americanas o contrato, a estrutura é toda feita lá fora pelo Modal. O banco arca com os custos e ajustes diários necessários e, em paralelo, lança um derivativo nas mesmas condições na Cetip.

“O cliente fica com a operação 100% local. Ficam simplificados aspectos de tributação e também o fluxo de caixa, uma vez que não precisará manter recursos no exterior por conta da operação”, afirma Ayres. O fato de não precisar manter um caixa fora do país, diante da volatilidade atual do câmbio, também pode ser um atrativo. O banco oferece a operação para todas as commodites negociadas nas bolsas de Chicago e na ICE, em Nova York; como soja, milho e trigo, algodão, açúcar, etanol cobre, alumínio, ouro e prata.

Fonte: (Valor)

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