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Moagem será decidida 5ª

Moer ou não moer? Eis a questão da Usina Catende em 2010. Questão que terá um capítulo importante nesta quinta-feira, quando representantes dos governos estadual e federal, dos trabalhadores e da cadeia da cana-de-açúcar vão se reunir para analisar estimativas de custos e receitas relativos à moagem. A avaliação tomará, como base, um laudo do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar). A opinião resultante do encontro será registrada em um documento de caráter sugestivo, destinado ao juiz Sílvio Romero Beltrão, responsável pela massa falida da usina e, consequentemente, pela decisão de ligar ou não as máquinas neste ano.

Moagem da cana-de-açúcar só será interessante se for realizada até novembro, caso contrário não haverá ganho financeiro com operação Foto: Jaqueline Maia/DP/D.A Press – 14/10/04Hoje, a Usina Catende enfrenta uma série de problemas financeiros e estruturais. Nesse quadro, a moagem poderia ser interessante, caso gere receitas suficientes para quitar parte das dívidas com trabalhadores, fornecedores, bancos e governos. Por outro lado, um eventual fracasso agravaria a situação da empresa. Em 2010, esse risco é ampliado pela destruição causada pelas enchentes de junho. A hidrelétrica da cidade, por exemplo, precisaria ser substituída por outras opções (termelétrica, geradores e fornecimento da Celpe), acarrentado um custo extra de R$ 2 milhões.

Um ponto importante no debate é o pouco tempo que resta até novembro, mês-limite para o processo de moagem. Para o gerente geral de Articulação Empresarial e Institucional da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Wagner Maciel, esse é um dos motivos para que o juiz Sílvio Romero Beltrão não custe a tomar uma decisão. “Não temos uma previsão, porque é um ato que só compete a ele. Mas a expectativa é que a resposta saia o mais rápido possível. Quanto mais demorar, mais vai comprometer a usina e o pessoal da região”, diz.

Depois de novembro, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Palmares, Givanildo Marques, não vale a pena colocar a usina em funcionamento. “Hoje, há uma confusão na cabeça do trabalhador. Nós torcemos para que haja a moagem com bons resultados, que permitam a sustentabilidade no futuro. Mas, se ela só tiver início em dezembro, será um tiro no nosso pé”, afirma.

A afirmação de Marques está ligada ao costume de moer a cana-de-açúcar a partir do dia 20 de setembro. Isso significa que, caso a Usina Catende só entre em ação depois de novembro, ela perderá boa parte dos fornecedores (que migrariam para outras usinas) e, consequentemente, do faturamento. Haveria, portanto, o risco de manter a trajetória de prejuízos – em 2009, calculados em torno de R$ 6 milhões ou 100 mil toneladas de cana.

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