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Moagem de cana no Centro-sul é recorde em dezembro

A disponibilidade de cana-de-açúcar e as condições climáticas favoráveis à colheita no mês de dezembro de 2008 permitiram que muitas unidades mantivessem a moagem até o dia 22 de dezembro, quando grande parte das empresas encerrou a moagem na atual safra. O volume de cana esmagada no mês foi de 28,05 milhões de toneladas, total nunca antes registrado em um mês de dezembro no Centro-Sul do País. Desse total, 21,46 milhões foram processados só na primeira quinzena do mês e 6,59 milhões na segunda quinzena.

Das 298 unidades produtoras que processam cana nesta safra, 40 mantiveram a moagem de cana no inicio de janeiro, processo já interrompido por muitas dessas usinas devido à ausência de condições climáticas favoráveis à colheita. No acumulado da safra 2008/09, o volume registrado até o último dia de dezembro de 2008 chegou a 496,716 milhões de toneladas, 15,47% acima do acumulado na safra anterior no mesmo período. Este total indica que a primeira estimativa de moagem da UNICA, anunciada no início da safra, que apontava para um total de 498 milhões de toneladas, deverá ser atingida ou mesmo levemente superada.

O Estado de São Paulo responde por 69% do total da cana esmagada no Centro-Sul, com um volume até 31 de dezembro de 341,8 milhões de toneladas. O maior incremento na moagem em relação à safra anterior aconteceu no estado de Goiás, onde o crescimento foi de 40% em função do inicio de moagem de dez novas unidades produtoras. Na região Centro-Sul como um todo, as 30 unidades produtoras que iniciaram a moagem nesta safra esmagaram, até 31 de dezembro, 16,6 milhões de toneladas, respondendo por 3,4% do total da cana esmagada na região. Mesmo com a recuperação no atraso da moagem, ainda permanece uma disponibilidade de cana não moída na safra que é superior a 30 milhões de toneladas.

Ao longo da safra 2008/09, as condições climáticas também foram favoráveis ao desenvolvimento vegetativo da cana, proporcionando um incremento na produtividade agrícola de 4,3% em relação à safra anterior. Por outro lado, houve uma redução na quantidade de produtos obtidos por tonelada de cana. A quantidade de 141,27 quilos de açúcares totais (ATR) obtidos por tonelada de cana esmagada é inferior ao acumulado na safra anterior em 2,39%. O crescimento na moagem de 15,47% e a redução na quantidade de produtos, resultou num crescimento total de produção de açúcar e de etanol na safra em 12,72%.

A distribuição da produção entre açúcar e etanol no acumulado até o final de dezembro é de 39,78% para a produção de açúcar e 60,22% para a produção de etanol. As unidades produtoras que somente produzem etanol, denominadas destilarias autônomas, responderam por 13,5% da moagem de cana, ou 67 milhões de toneladas, e por 5,5 bilhões de litros de etanol, o equivalente a 22% da produção. Isoladamente, as unidades que somente produzem etanol tiveram um acréscimo na moagem de 30% em relação à safra anterior.

A produção de açúcar no acumulado é de 26,6 milhões de toneladas no período, 1,83% superior ao total da safra anterior, indicação de que o incremento na moagem de 67,0 milhões de toneladas foi exclusivamente direcionado para a produção de etanol.

No acumulado, a produção de etanol até o final de dezembro foi de 24,61 bilhões de litros, 21,37% superior ao acumulado na safra anterior no mesmo período, sendo a produção de etanol anidro de 8,53 bilhões de litros, 15,76% acima da safra anterior e a do hidratado de 16,08 bilhão de litros, 24,58% superior à safra anterior.

As saídas físicas de etanol para o mercado externo no período compreendido entre abril a dezembro de 2008 atingiram 3,93 bilhões de litros para o mercado externo, incremento de 74%, e 15,5 bilhões para o mercado interno, incremento de 25%, dos quais 11 bilhões de litros são referentes ao etanol hidratado, incremento as saídas no mesmo período da safra anterior em 34%.

A UNICA mantém a expectativa de exportações de etanol na região centro-sul, até março de 2009, de 4,2 bilhões de litros. Do volume total exportado, 57% foram destinados ao mercado americano e 26% ao mercado europeu. Quanto às vendas totais para o mercado interno, estas deverão ficar em torno de 20,6 bilhões de litros de etanol, dos tipos anidro e hidratado, para o mercado automotivo e outros fins.

Apesar das condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento da planta, a crise de preços que perdura por duas safras, associada à crise de liquidez, fez com que parte da área colhida não recebesse os tratos culturais adequados. Com isso, não haverá uma reforma dos canaviais nos níveis habituais. Estes dois fatores devem indicar uma redução na produtividade agrícola da próxima safra.

O avanço da colheita de cana sem o uso da queima da palha prossegue em todos os estados da região Centro-Sul, chegando nesta safra a 41% da colheita na região e aproximadamente 50% no estado de São Paulo. As informações são da assessoria de imprensa da Unica.

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