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Moagem de cana-de-açúcar cresce 8,7%

A moagem de cana-de-açúcar na região de Catanduva deve fechar o período 2003/2004 com um volume 8,7% maior que a safra passada, com um total de 22,5 milhões de toneladas esmagadas. De acordo com a Associação dos Produtores de Açúcar, Aguardente e Álcool de Catanduva (Apac), 95% da safra na região já foi esmagada e o balanço final depende do encerramento da moagem numa das unidades filiadas à entidade. A estimativa da Apac é que com uma moagem de 22,5 milhões de toneladas a produção atinja 36 milhões de sacas de 50 quilos (1,8 bilhão de quilos) de açúcar e 894 milhões de litros de álcool, um crescimento de 8,15% no volume de açúcar e de 14,3% na produção de álcool. Segundo a União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo (Única), com 95% da safra processada na região Centro-Sul, as produções de cana, açúcar e álcool já superam a totalidade da safra passada. Até 1º de novembro, tinham sido moídas 277,63 milhões de toneladas de cana na região, volume 10% superior aos 252,22 milhões de toneladas da safra 2002/2003.

Em São Paulo, esse aumento foi de 8,75%, com o processamento de 195,69 milhões de toneladas, em comparação com os 179,94 milhões de toneladas da safra passada. A Apac estima que a safra de cana na região de Catanduva prossiga por mais 10 dias. Neste ano, a colheita começou na primeira semana de abril, um mês antes do início tradicional, em função de acordo fechado com governo federal para a elevação dos estoques de passagem de álcool. Dessa maneira, o setor mantém afastado o fantasma do desabastecimento de álcool que, na década de 80, traumatizou consumidores e comprometeu a venda e a fabricação de veículos. De acordo com a Única, 60 unidades industriais cessaram a produção no Centro-Sul, de um total de 220, e poucas devem continuar funcionando após a segunda quinzena de novembro. No mesmo período do ano passado, 50 usinas já haviam encerrado as operações.

A produção total de álcool apresentou crescimento de 15,3% na região Centro-Sul, onde foram produzidos até agora 12 bilhões de litros, ante os 10,41 bilhões de litros da safra 2002/2003. Em São Paulo, foram produzidos 8,23 bilhões de litros de álcool, volume 14,3% maior que os 7,2 bilhões de litros da safra anterior. “Com isso, o compromisso do setor com o governo federal de produzir um adicional de 1,5 bilhão de litros deve ser cumprido sem maiores problemas”, diz o presidente da Única. Na região de Catanduva, a produção superou em 1,3% a meta de um aumento de até 13% na produção de álcool, de acordo com as metas estabelecidas pelo governo federal.

Até 1º de novembro, foram produzidos no Centro-Sul 19,05 milhões de toneladas de açúcar, ante os 17,62 milhões de toneladas da safra passada, representando um aumento de 8,15%. Em São Paulo, esse crescimento foi de 6,27%, comparados os 14,29 milhões de toneladas de açúcar desta safra com os 13,44 milhões de toneladas do período 2002/2003. O faturamento proporcionado pela safra 2003/2004 na região de Catanduva é estimado em R$ 1,4 bilhão, dos quais R$ 375 milhões resultantes da exportação de açúcar. Além disso, as usinas Cerradinho, Nardini e Colombo ofertaram 60 megawatts em sistema de co-geração, o suficiente para o atendimento de uma cidade com 240 mil habitantes.

Estiagem eleva produção

As destilarias Alcoeste, de Fernandópolis, e Petribul, de Monte Aprazível, já encerraram a safra de cana 2003/2004. A Usina Nova Moreno, também de Monte Aprazível, deve continuar a moagem até o dia 15 de dezembro. A Destilaria Petribul registrou este ano aumento de 12,46% na produção de álcool, com 54,54 milhões de litros produzidos até início deste mês. No ano passado, foram 48,49 milhões. De acordo com o gerente industrial, Marcos Henrique, de 39 anos, a quantidade de cana esmagada passou de 580,28 mil toneladas na safra 2002/2003 para 612 mil toneladas em 2003/2004. O gerente da Petribul afirma que a estiagem prolongada em 2003 ajudou no trabalho de colheita e retirada da cana-de-açúcar das propriedades rurais. “Cerca de 80% da cana esmagada é de fornecedores”, afirma.

Na Destilaria Alcoeste, em Fernandópolis, a cana fornecida por terceiros aumentou para 28,72% contra 71,28% ofertada por acionistas. No ano passado, os fornecedores responderam por 82,67% do total. Segundo o gerente administrativo Mauro de Sá, a seca contribuiu para adiantar o encerramento da safra, mas prejudicou a qualidade e, portanto, a produtividade da lavoura. Apesar da Alcoeste ter esmagado 775,83 mil toneladas de cana-de-açúcar, 4,3% a mais que em 2002, a produção foi 1,4% inferior ao ano passado, totalizando 63,37 milhões de litros.

Meta é ampliar o plantio

A produção de açúcar na região de Rio Preto deve resultar em um aumento na área destinada ao plantio de cana a partir do próximo ano. A Destilaria Petribul colocará em funcionamento, no início da safra 2004/2005, uma nova unidade em Sebastianópolis do Sul com capacidade para esmagar, numa primeira etapa, 1,5 milhão de toneladas de cana. Em 2004, devem ser esmagadas 400 mil toneladas de cana para a produção de 800 mil sacas de 50 quilos de açúcar e 5,2 milhões de litros álcool. Na capacidade plena, a usina vai moer 3 milhões de toneladas. A Petribul prevê expansão da área de plantio próprio e atração de novos fornecedores entre produtores num raio de até 30 quilômetros da usina.

A Usina Guarani, de Olímpia, também promete uma política mais agressiva para ampliar em 35 mil hectares a área destinada à cana. Para tanto, contratou estudo ao engenheiro agrônomo Ricardo Perina, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), para demonstrar aos agricultores da região as vantagens econômicas do cultivo da cana sobre a citricultura e a pecuária de corte. O estudo mostra redução das áreas de laranja nos municípios subordinados pelos escritórios de desenvolvimento rural de Catanduva e Rio Preto e um crescimento de 203% na área destinada à cana. A meta da Usina Guarani é atingir uma produção de 9,84 milhões de sacas de 50 quilos de açúcar e 75 milhões de litros de álcool. De acordo com o estudo, a Guarani distribui sua produção em 78% para o açúcar e 22% para o álcool.

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