JornalCana

Mistura de álcool à gasolina sobe para 25% em 1o de julho

BRASÍLIA (Reuters) – A mistura de álcool anidro na gasolina subirá para 25 por cento, dos atuais 23 por cento, a partir de 1o de julho, anunciou nesta quarta-feira o Ministério da Agricultura.

A elevação, que estava sendo amplamente aguardada pelo mercado, atende a um pedido do setor produtor e foi defendida nas últimas semanas pelo ministro Reinhold Stephanes, diante da perspectiva de uma produção recorde de álcool este ano.

“Isso se deve basicamente ao aumento da oferta, os preços estão caindo… embora isso não tenha chegado ao consumidor final”, afirmou o ministro numa entrevista coletiva.

Os preços do álcool anidro caíram mais de 30 por cento desde o início de maio, quando começa oficialmente a safra de cana-de-açúcar no centro-sul.

Stephanes acrescentou que a morosidade no repasse dos preços mais baixos às bombas “não é boa, porque tem alguém ganhando dinheiro, e não é nem o produtor nem o consumidor.”

A decisão sobre a mistura de álcool na gasolina é sempre tomada pelo Conselho Interministerial do Álcool e do Açúcar (Cima), formado por quatro pastas: Agricultura, Minas e Energia, Fazenda e Desenvolvimento.

Em outubro de 2006 o governo elevou o teor da mistura de 20 por cento para os atuais 23 por cento. Na ocasião, produtores de álcool pediram o aumento para o nível máximo permitido por lei (25 por cento), mas, às vésperas da entressafra (dezembro a abril), o governo preferiu agir com cautela.

A expectativa geral é que as usinas do centro-sul, que este ano devem colher uma safra recorde de cana, priorizem a fabricação do combustível diante dos baixos preços do açúcar no mercado internacional.

Stephanes afirmou ainda que o governo “persegue” formas de evitar a volatilidade excessiva de preços. Uma das alternativas é a formação de estoques. Essa possibilidade, segundo ele, será analisada por um grupo de trabalho coordenado pelo Ministério de Minas e Energia junto com a Agricultura e setor produtor.

O ministro alertou que é necessário “ter cuidado com a euforia” em relação à expansão das exportações de álcool, considerando que apenas os Estados Unidos são um mercado importante atualmente para o Brasil (álcool carburante).

“O mercado exportador é muito restrito, muito pequeno. Não vemos no curto prazo possibilidade de melhoria da exportação”, disse Stephanes, argumentando que Europa e Japão são potenciais compradores, mas isso “não é coisa para já”.

Perguntado se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia ser classificado como “eufórico”, o ministro amenizou, dizendo que Lula “é hoje o grande vendedor que nós temos no Brasil.”

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram