O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Pereira Leite, informou que o Governo Federal estuda o lançamento de um programa de incentivo à geração do biometano. O anúncio foi feito durante entrevista ao Centro de Estudos do Agronegócio (FGV Agro), da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP).
Entusiasta do ingresso no país na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), Pereira atribui ao desempenho do país na COP26, como determinante para o convite recebido pelo Brasil, em janeiro deste ano, para se tornar membro deste bloco econômico internacional.
“Tivemos a oportunidade de apresentar nossas estratégias e ações ambientais de combate ao desmatamento, mostrando que o Brasil é parte da solução desses desafios climáticos, que estão muito ligados aos combustíveis fósseis”, disse.
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Leite ressaltou que a matriz energética brasileira é bastante renovada. “Nós fechamos 20% dos lixões do Brasil nos últimos 3 anos. Estamos adotando um novo modelo de concessão dos parques nacionais. O Governo Federal está trabalhando junto com a iniciativa privada, para trazer soluções para os problemas climáticos. Lançamos o Floresta Mais, e criamos uma formalização de atividade econômica, o que não existia. A plataforma Floresta Mais conecta a floresta ao produtor rural, e puxamos acordos setoriais para que o produtor que cuida de florestas tenha algum benefício. E essa informação vai chegar aos países da OCDE”, continuou o ministro que estima que o Brasil “deve abocanhar 25% dos créditos de carbono em nível global”.
O ministro anunciou que o governo prepara um programa de incentivo à produção do biometano. “Devemos lançar um programa nos próximos dias, baseado na geração de biometano através de resíduos de aves, suínos, indústria sucroenergética e aterros sanitários. São volumes relevantes de metano que hoje vão para atmosfera e que poderiam ser transformados em biogás purificado e transformados em combustíveis para os veículos na agricultura. Já temos algumas ações que já estão se iniciando nessa direção. Uma empresa já lançou um trator a gás, possibilitando ao produtor produzir seu combustível, a partir de um resíduo, reduzindo o custo por quilômetros rodados em relação ao diesel”.
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Para o ministro, o que vai fazer essa engrenagem rodar será o mercado de carbono. “De um lado você terá um crédito de metano ou por não ter jogado ele na atmosfera, do outro lado um crédito de carbono por substituir o diesel no seu veículo. Então este vai ser o incentivo econômico para girar esses projetos que hoje são grandes. Acho que o investimento mínimo é de 23 milhões para você colocar um purificador de biogás numa propriedade. Mas nós vamos colocar toda a força do Governo Federal com a estrutura de financiamento usando todas as ferramentas que nós temos para incentivar o setor e desenhar no mercado de carbono que trará uma receita extraordinária para essa estrutura”, afirmou Leite.