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Ministro defende Proálcool para minimizar efeitos da guerra

O Brasil poderá retomar o Proálcool para minimizar os impactos de uma possível guerra entre os Estados Unidos e o Iraque. A avaliação foi feita pelo ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) em entrevista exclusiva à Folha Online.

A opinião de Rodrigues é contrária à do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda), que ontem descartou a volta do Proálcool como forma de reduzir a dependência do Brasil ao petróleo importado, que deve ficar mais caro se houver guerra.

Mesmo assim, Rodrigues discordou de Palocci: “O Brasil surge, na eminência de uma guerra que terá reflexos no setor de combustíveis, como o grande país capaz de responder a um projeto espetacular, gigantesco, universal, de alternativa energética ambientalmente mais limpa e renovável, que gera emprego num país pobre”.

Ele ponderou, no entanto, que a guerra seria “um desastre, uma coisa inadmissível” que deve ser evitada. A guerra, segundo Rodrigues, traria para o Brasil, do ponto de vista inflacionário e de recessão internacional, o que “pode ser insuportável neste momento”.

Mas para enxergar uma oportunidade nos reflexos da guerra, o ministro lembrou da solução brasileira ao choque do petróleo na década de 70, quando o Proálcool foi criado. “Seria uma resposta formidável para a questão energética.”

Os governos que sucederam não tiveram, segundo Rodrigues, visão estratégica sobre o Proálcool e “cederam a interesses menores”. Os produtores também não quiseram levar o projeto adiante.

Voltados para a alta no preço do açúcar no mercado internacional, “todo mundo produziu açúcar, que dava mais dinheiro e era mais prático”. Para o ministro, o recuo da indústria automobilística também contribuiu para uma “brecada” no programa. (www.folha.com.br)

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