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Ministério prevê saldo do agronegócio de US$ 37,2 bilhões

O saldo da balança comercial do agronegócio brasileiro deve chegar a US$ 37,2 bilhões, segundo dados divulgados hoje pelo coordenador geral de Estudos Econômicos do Ministério da Agricultura, Régis Alimandro. O resultado representará o maior saldo dos últimos anos, mas teve seu desempenho afetado pela quebra da safra de grãos e pela aftosa.

No início do ano, o ministério previa exportações da ordem de US$ 45 bilhões. Os dados foram revistos para baixo ao longo do ano com a produção menor de grãos do que o estimado e, mais recentemente, com o ressurgimento da febre aftosa. O ministério prevê exportações da ordem de US$ 42,2 bilhões. As importações deverão chegar a US$ 5 bilhões, um patamar estável, segundo o ministério.

Segundo Alimandro, os fatores que contribuíram para a redução das exportações foram os preços do trigo em queda, o aumento das importações de outros itens, a redução na produção de grãos e a aftosa. Outros produtos, no entanto, apresentaram comportamento positivo, como café, açúcar, álcool e carnes (antes da aftosa).

Até outubro, a balança comercial do agronegócio bateu recorde, com exportações de US$ 36,2 bilhões no acumulado do ano. O resultado representa um crescimento de 9,6% em relação a igual período do ano passado.

Segundo a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), os resultados mostram a crise do setor. “As vendas do agronegócio no mercado internacional cresceram em 2005, mas sem o vigor registrado em anos anteriores. Isso mostra a perda de dinamismo no ritmo de exportações do setor”, afirmou Antônio Donizeti Beraldo, da CNA.

De acordo com a CNA, a perda de fôlego no crescimento das exportações do agronegócio está diretamente ligado à má performance do complexo da soja, com a queda dos preços internacionais provocada pela supersafra mundial.

A CNA prevê que o PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio brasileiro terá neste ano a queda mais acentuada dos últimos dez anos. Com os dados até agosto, estima-se que o PIB do agronegócio será de US$ 520,59 bilhões. Em 2004, o valor chegou a US$ 533,98 bilhões. “É o pior desempenho desde a primeira estimativa realizada pela CNA e Cepea, em 1995”, diz o chefe do Departamento Econômico (Decon) da CNA, Getúlio Pernambuco.

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