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Minas atrai novas usinas de grupos nordestinos e paulistas

A região do Triângulo Mineiro concentra atualmente 68% da moagem de cana em Minas Gerais — 16,8 milhões de toneladas. O percentual deve subir com o crescente investimento de grupos paulistas e nordestinos, além dos próprios mineiros. Apenas neste ano, 21 usinas já assinaram protocolo de intenções para se instalar na região. A intenção do governo mineiro é transformar o estado, nos próximos dois anos, no segundo maior produtor de álcool e açúcar do País.

De acordo com o levantamento dos sindicatos das indústrias do álcool e do açúcar de Minas Gerais (Siamig/Sindaçúcar-MG), o estado tem apresentado um crescimento anual de 8,6% na produção de cana nos últimos dez anos, a maior do Brasil. Foram moídos 24,63 milhões de toneladas do produto na safra 2005/2006, número menor somente aos de São Paulo e Paraná.

Triângulo Mineiro

A região do Triângulo Mineiro é o principal motor deste cenário, concentrando 68% da moagem de cana em Minas — 16,8 milhões de toneladas. Na corrida pelas oportunidades, empresários nordestinos começaram a se instalar nessa área no fim da década de 1980, quando o grupo alagoano João Lyra adquiriu a usina Triálcool, a 100 quilômetros de Uberlândia. Hoje, das 11 unidades sucroalcooleiras do Triângulo, 8 estão sob o comando de nordestinos como Tércio Wanderley, Carlos Lyra e José Pessoa.

E os investimentos continuam. O Grupo Tércio Wanderley, por exemplo, está investindo R$ 40 milhões em 14 mil hectares de lavouras de cana e mais R$ 240 milhões na construção de mais duas usinas — uma em Carneirinho, que estará pronta em 2008, e uma na cidade de União de Minas, que deve ser inaugurada até 2010. Os investimentos são avalizados pelos resultados expressivos obtidos pelo grupo no Triângulo — o processamento de cana nas filiais de Iturama e Limeira DOeste deve aumentar 20% na safra atual em relação ao ano passado, passando de 3,25 milhões de toneladas para 4 milhões. O Grupo Carlos Lyra também se expande na região, onde já mantém duas usinas, devendo instalar uma terceira no município de Veríssimo nos próximos anos.

Para fomentar o setor, o governo mineiro vem liberando financiamentos superiores a R$ 100 milhões para implantação ou expansão de empreendimentos. Com a política, o estado espera, até 2010, atrair investimentos de aproximadamente US$ 1 bilhão. Atraídos pelas oportunidades, grandes grupos empresariais de São Paulo também querem garantir sua parte no mercado. A produção de cana deve ganhar um acréscimo de 16 milhões de toneladas ao final do período. Para a safra de 2006/2007, a previsão é de 28,8 milhões de toneladas.

Entre as empresas paulistas que estão incrementando esse crescimento do setor em Minas estão Vale do Rosário, Moema, Comfrio-JS Citrus, Crystalsev, MB, Balbo e Pitangueiras, que investirá R$ 170 milhões na construção de uma unidade em Frutal. As obras serão finalizadas em 2009, quando a unidade entrará em operação com capacidade inicial de moagem de 800 mil toneladas de cana. Em 2011, a usina estima produzir dois milhões de toneladas do produto. “O mercado de São Paulo ficou saturado e, no Triângulo, o arrendamento de terras está cerca de 70% mais barato”, revela o presidente do Siamig/Sindaçúcar-MG, Luiz Custodio Martins.

Com a invasão das usinas sucroalcooleiras, os campos de soja, de milho e de pastagem vão perder espaço. Hoje, 5% da área plantada do Triângulo recebe a cana-de-açúcar, 8%, a soja e 40%, a pastagem. Nos próximos cinco anos, a área plantada com cana deve ocupar 10% da região.

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