O Embaixador da Índia, Suresh Reddy, afirmou que a Índia tem um plano ambicioso para intensificar a potencialidade do uso do etanol no país, contribuindo para a descarbonização a nível global.
“Temos que usar mais fontes alternativas de energia, pois nesse contexto se torna muito importante. Temos que trabalhar isso nas nossas economias para termos um desenvolvimento econômico sustentável”.
A afirmação foi feita durante o painel “Cooperação com a Índia” no “Santander DATAGRO Abertura de Safra de Cana, Açúcar e Etanol”, realizado no dia 9, em Ribeirão Preto -SP.
Sob moderação de Mário Campos Filho, presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (SIAMIG) e do Fórum Nacional Sucroenergético (FNS), o assunto foi debatido por Suresh Reddy, embaixador da Índia no Brasil; Marlon Arraes, coordenador-geral de Etanol do Ministério de Minas e Energia (MME); Abinash Verma, diretor-geral da Indian Sugar Mills Association (ISMA); e Flávio Castellari, diretor-executivo do Arranjo Produtivo Local do Álcool (Apla).
Além dos benefícios ao meio ambiente, a cadeia produtiva do etanol, de acordo com Suresh, contribui para a geração de emprego e renda na Índia. “A política de etanol tem o objetivo de duplicar a criação de empregos e, o mais importante, reduzir a emissão de gases de efeito estufa”.
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Abinash Verma disse que o objetivo atual do governo indiano é que a mistura de etanol na gasolina chegue a 20% até 2025 – atualmente está em 10%. Uma redução de 5 anos em relação à meta inicial, devido aos “grandes investimentos que estão ocorrendo”.
Marlon Arraes deu ênfase à parceria entre Brasil e Índia para promover o uso de biocombustíveis a nível global. “Saudamos essa participação conjunta que tem um caminho muito promissor pela frente. Países já estão pensando em segurança energética com o conflito no Leste Europeu e a Índia já está garantindo a sua segurança com um produto local, saudamos todo o esforço da política pública que está sendo conduzida no país asiático”.
Marlon também destacou o papel do RenovaBio nesse contexto. “O RenovaBio oferece o parâmetro que falta para a indústria. É uma agenda altamente positiva, onde ganha a sociedade, já que vai ter uma maior descarbonização com menor custo”.
Flavio Castellari enfatizou o know-how brasileiro como fator preponderante para que políticas públicas de incentivo ao uso de biocombustíveis se proliferam mundo afora. Em relação à Índia, Castellari disse que a participação do país asiático nesta “economia verde” foi um divisor de águas. “Nos últimos dois anos nós começamos a receber comunicados, visitas e ligações de várias empresas indianas buscando conversar com a indústria brasileira”.