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Mesmo na baixa, as cooperativas seguem com investimentos

Mesmo com o cenário desfavorável para o agronegócio, as cooperativas paranaenses continuarão investindo. Serão R$ 800 milhões neste ano, segundo o Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), praticamente o mesmo montante aplicado no ano passado, quando as cotações dos principais produtos agrícolas bateram recordes histórico.

Desse volume, R$ 500 milhões deverão ser aplicados nos setores de carnes, laticínios, açúcar e álcool e R$ 300 milhões na ampliação – em um milhão de toneladas, pouco mais de 10% da capacidade atual – da infra-estrutura de recebimento e armazenagem, segundo Flávio Turra, gerente técnico-econômico da Ocepar. O déficit do setor está estimado em três milhões de toneladas e o problema de armazenagem se agrava a cada ano não apenas pelo aumento da produção nacional, mas também pelo crescimento do número de cooperados. Em 2005 o número de associados do setor cooperativista no Paraná cresceu 15%, chegando a 350 mil, distribuídos em 210 cooperativas de diversos setores.

Além da armazenagem, o setor de carnes é outro destaque em 2005. A C.Vale, de Palotina, que faturou R$ 1,28 bilhão no ano passado, inaugura dia 8 uma nova fábrica no seu complexo industrial – fábrica de rações, desativadora de enzima de soja, indústria de cortes cozidos, fritos e assados de frango e a instalação de aviários pelos associados. A cooperativa investiu R$ 240 milhões no projeto, para duplicar a capacidade de abate de frangos para 300 mil aves por dia. A cooperativa, que atuação nos estados do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraguai, cresceu 9,7% no ano passado e prevê um crescimento de 4,45%, com receitas de R$ 1,337 bilhão, em 2005.

Outra que está investindo no setor de carnes é a Coopavel, de Cascavel. Segundo seu presidente, Dilvo Grolli, a cooperativa aplicará R$ 20 milhões para dobrar sua capacidade de abate de frangos, de 140 mil para 280 mil/dia. Outros R$ 15 milhões serão aplicados em uma unidade de ração, com capacidade para 60 toneladas/dia e R$ 10 milhões para produzir matrizes de suínos. A Coopavel, que no ano passado faturou R$ 773 milhões, com crescimento de 18% sobre o ano anterior, prevê um resultado 5% superior em 2005.

A redução no ritmo de crescimento da receita não é um caso isolado. Ao todo, segundo a Ocepar, o setor deverá ter um crescimento de receita bem menor nesse ano. As cooperativas, que em 2004 faturaram R$ 18 bilhões (16% mais do que no ano anterior), estimam uma evolução máxima de 10% para 2005. Nas exportações, a previsão também é de manutenção dos volumes de 2004, de US$ 1 bilhão. As empresas exportam hoje para mais de 60 países da Europa, Ásia, África, Estados Unidos e Oriente Médio. Os principais produtos exportados são grão, farelo e óleo de soja, frango, milho, café, açúcar, álcool, suínos, algodão, suco de laranja, queijos, conservas e legumes pré-cozidos. As cooperativas paranaenses recebem 60% da safra paranaense de grãos. Desse volume, 40% são industrializados. “O objetivo é que esse percentual chegue a 60% até 2010”, diz Turra.

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