Apesar da seca e do câmbio, o saldo é de US$ 7,5 bi. Apesar do câmbio valorizado e da quebra de safra, as exportações do agronegócio, setor responsável pelo superávit da balança comercial brasileira, seguem em alta. No primeiro trimestre, as vendas externas totalizaram US$ 8,78 bilhões, com crescimento de 12% em relação a igual período do ano passado. O saldo foi de US$ 7,5 bilhões, receita recorde e 14,2% maior que aquela apurada no primeiro trimestre de 2004.
As vendas externas de carnes, café, suco de laranja, açúcar e álcool estão sustentando o resultado. No trimestre, a receita deste grupo cresceu 39,1%, para US$ 3,2 bilhões. Enquanto isso, as exportações de soja – principal item da pauta brasileira de exportações – caíram 20% em receita, para US$ 1,6 bilhão.
O mau momento da soja, no entanto, pode ser minimizado pelo crescimento do volume exportado. Isso porque, apesar da seca, que provocou quebra da safra, o Brasil exportou volume maior no trimestre: “Sobraram entre 6 milhões e 7 milhões de toneladas de soja da safra passada que foram vendidas neste começo de ano”, diz o economista Glauco Carvalho, da MB Associados. Em razão deste rescaldo, os embarques cresceram 9% em volume nos primeiros três meses.
Por isso, apesar da quebra da safra e do câmbio valorizado, o governo ainda mantém sua projeção de exportações em US$ 39 bilhões. A estimativa, no entanto, está longe de ser um consenso.
Especialistas observam que nos meses de janeiro e fevereiro, as vendas externas cresceram, respectivamente, 11% e 23%. Em março, em pleno pico das exportações do agronegócio, os embarques aumentaram apenas 5%, para US$ 3,4 bilhões, o que fez acender o sinal de alerta no governo.
O quadro poderá virar favoravelmente ao Brasil se a China, maior importador mundial, comprar agressivamente no mercado, a exemplo de anos anteriores