A Câmara de Comércio Exterior (Camex) poderá definir em maio próximo a volta da taxação sobre o etanol importado.
O tema deverá ser discutido em reuniões de gestores da Camex, ligada ao Ministério de Relações Exteriores e é responsável pelo caso.
A taxação sobre etanol importado está suspensa desde 2011. Atualmente, o setor sucroenergético tem duas ‘frentes’ que pedem o retorno da taxa.
A primeira delas é formada por parlamentares e produtores de etanol da região Nordeste do País, que pede a volta de taxa de 20% sobre o biocombustível comprado fora do Brasil.
A outra frente, integrada pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), pede taxa de 16%.
Lideranças do setor sucroenergético do Nordeste têm participado de várias reuniões junto a órgãos do Governo federal para pedir apoio em seu pleito.
Na quarta-feira (26/04), elas tiveram encontro com o embaixador e subsecretário de assuntos econômicos e financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Márcio Conzedey. Segundo Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar de Pernambuco, o pleito foi visto pelo embaixador como legítimo. Agora, a expectativa é de que o Ministério da Agricultura envie para a Camex uma nota técnica a respeito do tema.
“Nós estamos nessa luta que é primordial para mantermos a produção nacional e a geração de emprego e renda especialmente na nossa Região” ressaltou Renato Cunha.
Segundo Cunha, as importações de etanol têm penalizado mais o setor sucroenergético do Nordeste. “No primeiro trimestre de 2017 já foram importados mais de 800 milhões de litros pelas distribuidoras e tradings, e mais de 70% desse volume foi despejado no Nordeste e em plena safra da região, o que impede o produtor de etanol de vender seu produto.”
“Não há sentido que as coisas continuem como estão, considerando que quem defende o contrário há quatro anos pratica e estimula importação de etanol de baixa qualidade”, enfatiza o presidente do Sindaçúcar, ao se referir ao produto que, segundo ele, vem sendo importado em doses exageradas.