De olho em novos negócios na área de transportes rodoviários, a Volkswagen – que tem perdido espaço para a concorrência no segmento de carros – saiu na frente ao lançar selo de adesão ao Plano Nacional de Produção e Uso do Biodiesel , com o qual incentiva o uso do biocombustível B2, composto pela adição de 2% de biodiesel ao óleo diesel comum.
Com a empreitada, a partir deste mês, os 145 veículos fabricados diariamente na fábrica de Resende, no Rio de Janeiro, levarão o selo em seus pára-brisas. Segundo o engenheiro de Produtos da Volks, Gian Marques, mesmo os caminhões e ônibus da marca que não são zero quilômetro estão aptos a rodar com a mistura e não necessitam de modificações no motor.
O biodiesel – tido como alternativa limpa – está disponível em postos de várias distribuidoras. Em 2008 a utilização dos 2% será obrigatória de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e, em 2013, esse percentual deve aumentar para 5%. Na Europa, o combustível já é usado desde a década de 80.
Embora aparentemente irrisório, o percentual adicionado corresponde a cerca de 800 milhões de litros produzidos por ano. Ao atingir os 5%, o número pulará para aproximadamente 2 bilhões de litros anuais de biocombustível, gerando novas obras e aquecendo o mercado de infra-estrutura. Esse novo cenário incentivará o investimento público e privado em agricultura para desenvolver a extração dos óleos de mamona, soja, palma, girassol, entre outros _ matérias-primas do produto.
Parceria em pesquisas
Desde 2003 a Volkswagen desenvolve pesquisas em parceria com instituições do Rio de Janeiro _ estado onde se localiza sua fábrica _ para testar as características do biodiesel nos equipamentos, levando em conta as regras estabelecidas pelo Governo Federal. Dos 36 veículos testados regularmente, 18 levam a marca da companhia.
“Os testes identificam possíveis falhas ou problemas nos equipamentos em função do uso da mistura. O país adequando ao biodiesel, porque possui terra, clima, solo, enfim, todas as características para a produção do combustível”, afirma o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Renato Mastrobuono.
O biodiesel é apontado por especialistas como combustível limpo e ecologicamente correto por reduzir a emissão de gás carbônico e enxofre na atmosfera durante sua queima no motor do veículo. Mesmo sendo produzido a partir de fontes renováveis, o preço nas bombas se equipara com o do diesel comum, variando de região para região. Em São Paulo, o site da ANP (www.anp.gov.br) registrou o menor preço (R$ 1,699) em um posto na Casa Verde, Zona Norte; e o maior (R$ 2,199) em um posto na Chácara Itaim, Zona Sul da capital paulista.
Embora ainda seja um combustível novo no mercado brasileiro, o engenheiro de Produtos da Volks, Gian Marques, disse que existe a possibilidade de adulteração, como qualquer combustível líquido, por isso, é necessário que o Governo Federal tome medidas preventivas para evitar a ação dos adulteradores.