Em reunião virtual do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) realizada nesta segunda-feira (6), que abordou os efeitos do coronavírus no agronegócio, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse estar conversando com agentes do Governo para viabilizar soluções para o setor sucroenergético.
“Vocês são grandes empregadores. Acho que teremos rapidamente uma decisão sobre o que o Governo vai fazer para diminuir as dificuldades que o setor passa, neste momento que a colheita começou”, afirmou, após citar a questão do etanol, que vem sofrendo com a queda da demanda interna e problemas de disputa entre a Arábia Saudita e Rússia.
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Na ocasião, a ministra também ressaltou que o abastecimento de alimentos está garantido e que é preciso ter união e diálogo neste momento difícil, destacando que praticamente todas as medidas emergenciais já foram tomadas para garantir o abastecimento de alimentos para a população. “Agora é preciso agir pontualmente. Isso é possível com todos os cuidados e profissionalismo que a agroindústria brasileira vem tendo com protocolos e cuidado de seus funcionários”, disse a ministra. “O agronegócio é importantíssimo porque a alimentação faz parte da saúde.”
A ministra também falou de outras cadeias produtivas. No caso da soja e do milho, a alta do dólar beneficia as exportações, mas encarece os insumos. Disse ainda que o Ministério da Agricultura está trabalhando também para postergar dívidas dos agricultores por 90 dias. “Estamos adiando as dívidas agrícolas do plano safra, crédito rural. O Ministério está finalizando isso nesta segunda-feira. Todos estão reclamando de liquidez, de capital de giro”, contou.
As relações internacionais também estão no radar do Ministério da Agricultura. Teresa Cristina contou que houve reuniões com todos os países vizinhos para harmonizar as ações de trânsito de cargas. “Continuamos trabalhando a parte internacional. Recebemos notícias de mercados que estão se abrindo, como o Egito, Marrocos, Singapura para em breve começarmos a exportar carnes. A balança comercial com a China e países continua positiva em relação ao último trimestre de 2019”, disse.
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Teresa Cristina disse ainda que está trabalhando na retirada de burocracia para melhoria do ambiente de negócios neste momento. “Temos confiança de que vamos continuar cumprindo nossos contratos. Além disso, nós estamos estudando vários cenários do que pode acontecer no mundo pós coronavírus e gostaria da contribuição de todos para escrevermos um plano ‘pós guerra’”, finalizou.
Liberação de linha de crédito
Durante a reunião, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, lembrou que a linha de crédito aberta pelo governo para financiar a folha de pagamento de empresas que faturam entre R﹩ 360 mil e R﹩ 10 milhões por ano começou a valer nesta segunda-feira (6).
“Nós já pedimos ao ministro da economia para que essa linha de financiamento se estenda a todas empresas”, disse Skaf. “Os bancos assumiram compromisso comigo de que já vão fazer esse repasse com recursos próprios antes mesmo do repasse do BNDES. Quem assumiu 85% desse risco foi o Tesouro Nacional, por essa razão haverá crédito sim.”