Na véspera do Dia Internacional da Mulher e da chegada ao Brasil do presidente norte-americano, George W. Bush, a Via Campesina realizou hoje uma série de manifestações em todo o país, que envolveram ocupações do edifício sede do BNDES e de unidades da Vale do Rio Doce e da Cargill.
No caso da Vale, a empresa informa que cerca de 250 manifestantes bloquearam por quatro horas o acesso à mina Capão Xavier, próxima de Belo Horizonte (MG), e impediram a produção de 12 mil toneladas de minério de ferro.
O movimento, que afirma ter levado mais de 600 mulheres ao protesto, justificou a ação por ser contrário à privatização da Vale. Além de pedir a estatização da mineradora, a Via Campesina também protestou contra as empresas transnacionais e o sistema financeiro, por buscarem ” o controle dos recursos naturais ” do país.
Já na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, cerca de 150 manifestantes ocuparam o prédio na manhã de hoje, em protesto contra um suposto privilégio que o banco de fomento estaria dando aos grandes agricultores. ” O BNDES financia comida para gado e matéria-prima para papel, mas não investe na produção de alimentos de forma limpa e agroecológica ” , afirmou a integrante da direção do MST, Nívia Régis.
Por fim, o movimento também ocupou a usina Cevasa, localizada na região de Ribeirão Preto, no interior paulista. Ali, o protesto era contra a expansão do ” latifúndio ” da cana-de-açúcar para a produção de etanol. Segundo nota do MST, esse modelo de agricultura da cana ” beneficia apenas o agronegócio ” . A usina Cevasa foi adquirida pela gigante americana Cargill.