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Via Campesina invade Estação Experimental de Cana, em PE

Pelo menos uma centena de manifestantes ligados à Via Campesina invadiu, na madrugada desta terça-feira (10), a Estação Experimental de cana-de-açúcar de Carpina, na Mata Setentrional pernambucana, a 56 quilômetros de Recife. O grupo rendeu o vigia e destruiu parte da vegetação que estava sendo pesquisada em estufas e no campo.

A estação, ligada à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), é coordenada pelo pesquisador Djalma Euzébio Simões Neto, que lamentou a ação, dizendo que as perdas científicas foram muito maiores do que o prejuízo material. A Estação ocupa uma área de 261,9 hectares.

O laboratório do centro não chegou a ser invadido. Após o vandalismo, que destruiu cerca de 30 mil clones de cana-de-açúcar, os manifestantes deixaram o local em dois ônibus e veículos particulares. A Polícia Federal foi acionada e já iniciou as investigações para apontar os responsáveis pela ação.

Parte das pesquisas realizadas por estudantes de pós-graduação da UFRPE foi destruída. A estação realiza programas de melhoramento genético, manejo varietal, controle biológico de pragas, análise de solo, irrigação e estudos sobre a viabilidade de novos produtos a partir da cana-de-açúcar.

Segundo Djalma, não havia pesquisas com cana transgênica, produto condenados pela Via Campesina. “Não entendo o porquê dessa invasão. Mais de 60% das variedades de plantios de cana no Brasil são geradas pela rede, que produz as variedades RB (República do Brasil)”, conta.

A Estação Experimental também conta com a parceria do Sindaçúcar (Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco), entidade que reúne as 20 maiores usinas do Estado.