
As vendas de etanol hidratado das usinas às distribuidoras de combustíveis que atuam no país voltaram a subir em julho e alcançaram o terceiro maior volume da história para o mês. Conforme dados divulgados ontem pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), foram comercializados 1,7 bilhão de litros do produto (mercados interno e externo), 50% acima do registrado em igual mês do ano passado e 6% mais que em junho deste ano.

Essas vendas aquecidas são reflexo do comportamento da demanda na ponta da cadeia – ou seja, nos postos de combustíveis. De abril a julho, o volume acumulado vendido às distribuidoras chegou a 6,2 bilhões de litros, 43% mais que em igual intervalo do ano passado.
Essa maior demanda, por sua vez, espelha os preços mais competitivos do etanol hidratado frente à gasolina. Essa vantagem prevalece em seis Estados, entre os quais, os principais produtores do biocombustível, tais como São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Essa vantagem econômica existe quando o preço do hidratado equivale a menos de 70% do preço médio da gasolina.
Conforme dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP) divulgados também ontem, entre 2 e 8 de agosto essa relação ficou estável no Paraná (65%), Minas Gerais (64%) e em São Paulo (61%). Nos outros três Estados onde a paridade é vantajosa ao etanol, houve alterações. Em Mato Grosso, a vantagem aumentou, com a paridade indo de 59% para 58%. Em Mato Grosso do Sul, a vantagem diminuiu, de 68% para 69%. Em Goiás, foi de 69% para 64%.
Apesar da demanda mais forte, os preços do hidratado continuam se retraindo, em virtude da necessidade de algumas usinas de fazerem caixa. Em julho, o indicador Cepea/Esalq acumulou retração de 0,8%. Desde abril, o indicador registra queda de 6,9%.
Conforme especialistas, a combinação de preço em queda e demanda em alta tende a puxar os preços do biocombustível para cima nos próximos meses, quando a oferta do produto deverá ficar mais restrita. Ontem, a Unica divulgou que a moagem de cana até 1º de agosto ainda está abaixo do registrado em igual intervalo de 2014/15.
(Fonte: Valor Econômico)