A boa fase vivida pelo setor sucroalcooleiro está ajudando as indústrias de defensivos a minimizar a queda nas vendas de produtos para grãos. A Bayer CropScience e a DuPont do Brasil estimam elevar as suas vendas de produtos para cana-de-açúcar em até 10% neste ano em comparação com o ano passado.
José Roberto Da Ros, vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), diz que não há estimativa sobre o desempenho no setor de cana, mas que certamente a expansão nas vendas será proporcional ao aumento da área plantada. “O setor sucroalcooleiro está capitalizado e mantendo a média de investimento por hectare feita no ano passado”, afirma Da Ros.
Em 2004, os produtos para cana representaram 7% das vendas totais de defensivos. Para este ano, o Sindag estima que o setor terá receita de, no máximo, US$ 3,2 bilhões, ante US$ 4,4 bilhões alcançados no ano passado.
José Eduardo Ferreira da Silva, gerente de portfólio e herbicidas da DuPont do Brasil, diz que as vendas de produtos para o setor sucroalcooleiro, que já representam 30% do negócio de defensivos da empresa, devem crescer entre 5% e 10% neste ano, impulsionadas pelos projetos de expansão de área plantada em São Paulo e na região Centro-Oeste.
“As perspectivas também são positivas para os próximos anos, em função dos projetos de instalação de usinas que serão realizados”, acredita Silva. O executivo afirma que a área de cana tornou-se um “negócio estratégico” para a empresa, que pretende lançar em 2006 um herbicida e dois inseticidas voltados para a cultura. A empresa não quis informar a previsão de faturamento e investimentos para este ano.
Na Bayer CropScience, as vendas de insumos para cana representam hoje 10% do faturamento da empresa no Brasil. Nos primeiros oito meses deste ano, as vendas também cresceram 10%, impulsionadas pelo aumento da área plantada, segundo Humberto Camarani, gerente de cultura de cana-de-açúcar da Bayer.
A empresa também informou que a demanda por insumos para controle de pragas nos canaviais também tem crescido. “O setor tem feito suas apostas no álcool combustível, o que se reflete no aumento da área plantada”, afirma Camarani.
A demanda por insumos começou aquecida neste segundo semestre, uma vez que as usinas de açúcar e álcool começaram a fazer o plantio da cana “de ano” (com corte em doze meses), segundo Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica). O aumento efetivo da área plantada com cana no Centro-Sul do país foi de 6% na safra 2005/06 sobre 2004/05.