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Venda de equipamentos de irrigação avança no Nordeste

Com uma área ocupada por cerca de 1 milhão de hectares de cana-de-açúcar, o Nordeste brasileiro é hoje uma das grandes regiões sucroalcooleiras da América. Em uma área deste tamanho seria possível imaginar, que pelo fato de ser uma região tradicionalmente caracterizada por secas periódicas, que a irrigação ocupasse uma boa parte deste território. Não é o que acontece.

“Os custos são altos e a produtividade registrada pela fertirrigação ainda não é considerada a ideal. Além disso, as áreas ocupadas pela cultura canavieira na região estão tradicionalmente localizadas nas zonas litorâneas, onde a incidência de chuvas é maior”, avalia o supervisor de vendas da Sainoda, Edvaldo José de Lima.

Apesar das estimativas apontarem para uma área relativamente pequena, algumas empresas vêm registrando um incremento na venda destes sistemas da ordem de 50% nos últimos três anos

Segundo José de Lima, os produtores locais utilizam basicamente dois sistemas de irrigação. O mais comumente utilizado é o pivô central. Segundo o executivo da Sainoda – empresa que atua há cerca de 18 anos na comercialização de insumos e implementos agrícolas – o estado da Paraíba é o que possui atualmente o que há de mais avançado tecnologicamente na utilização desta técnica.

Por conta deste expertise já existem projetos sendo direcionados de forma a possibilitar a fertirrigação tendo como base o sistema de pivô central. Um projeto piloto está sendo desenvolvido na Destilaria Japungu, pertencente ao grupo Paulo Fernando. A estimativa é de que apenas os estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte possuam algo próximo de 50 mil hectares irrigados através do sistema de pivôs.

“É muito difícil ter uma idéia concreta ou mesmo uma estimativa da área irrigada no Nordeste. O sistema mais utilizado é a irrigação por pivôs móveis em função do custo que chega a ser 50% mais barato que a fertirrigação por gotejamento”, avalia o supervisor de vendas da Sainoda. O custo médio de implantação por hectare de um sistema de gotejamento é avaliado em cerca de R$ 100 mil. O estado de Alagoas é um dos que mais empregam esta tecnologia.

A irrigação plena no Nordeste ainda está distante. Mas o emprego desta tecnologia é necessário em função do déficit hídrico que compromete o potencial canavieiro”, diz o secretário geral da Unida — União Nordestina dos Produtores de Cana de Açúcar, Gregório Maranhão. Segundo ele, um bom exemplo da boa empregabilidade das técnicas de irrigação está Zona Norte de Pernambuco, onde muitas usinas vêm adotando os sistemas de pivôs móveis e gotejamento como forma de melhorar a produtividade.

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