Mercado

Venda de bicombustíveis já chega a 76,5% do total

O mês passado foi o melhor fevereiro da história para vendas de veículos no mercado interno, segundo divulgou ontem a Fenabrave (federação que reúne as concessionárias). Ao mesmo tempo, a participação de veículos bicombustíveis (que funcionam com álcool e gasolina) continuou crescendo: foi para 76,5% em fevereiro, ante 72,7% em janeiro.

Foram 127.821 automóveis, caminhões e ônibus emplacados no mês passado, um aumento de 18,1% em relação a fevereiro do ano passado.

Considerando somente automóveis, foram 121.467 unidades emplacadas no mês passado, uma alta de 12,6% ante mesmo mês de 2005. Nesse caso, não foi um recorde histórico, mas o melhor resultado para um mês de fevereiro desde 2001.

Na comparação com janeiro, os números da Fenabrave mostram que em fevereiro houve queda de 3,4% nos emplacamentos de automóveis, o que ocorreu, segundo a entidade, por causa da diferença de dias úteis entre os dois meses. Na média diária, houve alta nessa comparação, de 18%.

No mês passado, a Fiat assumiu o primeiro lugar em participação de mercado nas vendas de automóveis, com 25,45%, de acordo com os números divulgados ontem pela Fenabrave, seguida da Volkswagen (que estava em primeiro lugar em participação em janeiro) e da GM.

No caso dos comerciais leves (categoria onde está o Ecosport, por exemplo), a montadora com a maior participação continuou sendo a Ford.

Flex

No mês passado, foram licenciados 92.971 automóveis “flex fluel” (com motores flexíveis, por alternar gasolina e álcool), de um total de 121.467 carros licenciados. As vendas desse tipo de veículo explodiram no ano passado no Brasil e continuaram crescendo nos últimos meses. Em dezembro do ano passado, por exemplo, o percentual era de 68,5%.

Os números mostram que os aumentos no preço do álcool, que vêm ocorrendo desde o ano passado, não influenciaram as vendas dos bicombustíveis. E não era esperado que isso ocorresse, já que no caso de alguns modelos produzidos o consumidor nem encontra mais carros que não sejam “flex fluel”.

De qualquer forma, segundo o presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivado de Petróleo do Estado de São Paulo), José Alberto Paiva Gouvêia, a tendência é de queda no consumo do álcool, pelo menos no curto prazo. “O consumo já está caindo. O consumidor faz as contas e percebe que não tem vantagem em usar, já que a gasolina rende muito mais do que o álcool”, afirmou ele.

A expectativa é que o preço do álcool na bomba se normalize a partir de abril, quando começar a entrar a safra de cana-de-açúcar.

Crédito em alta

Os bons resultados das vendas internas de carros nos últimos meses são conseqüência das boas perspectivas para a economia, como queda da taxa básica de juros, que aumentaram a confiança do consumidor na hora de realizar financiamentos.

Além disso, a forte competição entre as montadoras levou a uma onda de promoções e descontos nas concessionárias.

Dados da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras) mostram que no ano passado a participação dos carros financiados nas vendas totais subiu para 70%. Em 2004, o percentual havia sido de cerca de 65%. Em 2003 era de 62%.