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Valtra investe na certificação de motores que usam biodiesel

Considerada a nova ‘menina dos olhos’ do agronegócio a ainda embrionária mas promissora produção de biodiesel atrai a cada dia mais parceiros de cadeias produtivas ligadas a esse ramo da economia. Entre eles, está o de máquinas e equipamentos agrícolas cujos investimentos superam US$ 200 mil. Gigantes como Valtra, que em conjunto com a AGCO respondeu por 61,3% da produção nacional de tratores no ano passado, Agrale e John Deere já despertam para o potencial do combustível alternativo. A informação é do coordenador do Projeto Biodiesel/Brasil e do Laboratório de Tecnologias Limpas (Ladetel da Universidade de São Paulo), Miguel Dabdoub. “As pesquisas apontam que qualquer trator movido hoje ao combustível derivado do petróleo pode usar o biodiesel. O que faltava e está agora sendo feito, em primeira mão pela Valtra, é o processo de validação e homologação desses motores para a utilização dessa alternativa. Outras grandes como Agrale e John Deere também já demonstram interesse”.

Na prática isso significa que a companhia irá oferecer garantias que o uso do biodiesel não trará problemas para os componentes do motor do trator em relação à vida útil, potência, entre outros.

O primeiro passo nessa direção será dado no próximo dia 17, durante a Agrishow Ribeirão Preto, quando será assinado um acordo para a ampliação de pesquisas envolvendo o uso de biodiesel em tratores. Segundo o presidente da Valtra no Brasil, Werner Santos, o objetivo é colher dados para a validação e homologação do uso do ‘combustível limpo’ em tratores com o aval e monitoramento da Agência Nacional de Petróleo (ANP). O gerente de produto da Valtra do Brasil, Jak Torretta Junior, adianta que a companhia projeta inserir no mercado uma linha comercial de tratores com motores homologados para o uso de até 20% de biodiesel até o final de 2006. “Trata-se de um projeto de US$ 200 mil que começamos em 2002 em parceria com o Ladetel e a Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) de Jaboticabal e a nossa revendedora, a Coopercitrus”. O convênio inclui ainda a participação da Delphi (fabricante do sistema de injeção dos motores), da Texaco (distribuidora de combustíveis) e da Usina Catanduva (que cederá sua área para a realização dos testes).