A valorização da Bolsa de Valores de São Paulo pode estar decepcionando alguns investidores. Isso porque o resultado geral da Bolsa, representado pelos seus índices de ações, não se reflete exatamente no desempenho de cada papel.
Dessa forma, o investidor deve ficar atento a cada diferente ação que comprou e colocou em sua carteira, pois tanto pode estar com ganhos superiores ao apresentado pela Bovespa quanto inferiores.
Ao falar que a Bolsa paulista subiu x% está-se, na realidade, falando que o índice Ibovespa, que reúne as 59 ações mais negociadas, subiu x%.
No primeiro semestre, por exemplo, o Ibovespa acumulou valorização de 22,3%. No mesmo período, a ação ON (ordinária) da Companhia Siderúrgica Nacional teve alta de 59,5%.
Outros papéis tiveram altas consideráveis na primeira metade do ano: Brasil Telecom Participações ON subiu 56,7%, Gerdau Metalurgia teve alta de 55,1%, e Bradespar PN registrou elevação de 46,9%.
Mas existe a outra ponta desse momento virtuoso que o mercado acionário vive. Nem todas as ações da Bolsa estão sendo motivo de comemoração para quem as comprou.
A ação ON da Cosan amargou perdas de 29,4% no primeiro semestre. TIM Participações ON também teve desempenho insatisfatório, ao perder 13,07% entre janeiro e junho.
Além disso, há dezenas de ações além do Ibovespa. Chamadas de segunda linha, essas ações têm menor liquidez que as que formam o Ibovespa. Isso significa que é mais difícil negociá-las no pregão.
A Bovespa conta hoje com 419 empresas listadas. Considerando todos esses papéis, as oscilações são muito mais espantosas.
A ação PN da Haga Indústria e Comércio, do setor de material de construção, subiu 2.218,2% no primeiro semestre. Outra valorização enorme foi a da Sam Indústrias, que trabalha com artefatos de cobre: o papel PN da empresa disparou 1.913,9% no período.
Por isso, o resultado da Bovespa deve servir apenas como um parâmetro na hora de decidir investir em ações. Sempre haverá papéis subindo mais e outros rendendo menos. (FV)