Mercado

Valor do indicador para venda de eletricidade da biomassa despenca 169% em um ano

O bagaço é hoje a  principal biomassa da cana que gera eletricidade
O bagaço é hoje a principal biomassa da cana que gera eletricidade

O bagaço é hoje a  principal biomassa da cana que gera eletricidade
O bagaço é hoje a principal biomassa da cana que gera eletricidade

As unidades termelétricas (UTEs) das usinas de cana-de-açúcar das regiões Sudeste e Centro-Oeste do País recebem um teto de R$ 86,22 por megawatt-hora (MWh) na venda no mercado spot.

O valor equivale ao Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), indicador para comercialização válido entre o último sábado (09/07) e a próxima sexta-feira (15/07).

Há um ano, o mesmo MWh no spot era comercializado por R$ 231,65, montante 169% acima do valor do praticado nesta semana.

O valor do PLD é coordenado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A diferença entre o teto do indicador nessa semana e no mesmo período de 2015 é explicada principalmente pela presença (afluência) de água nos reservatórios da hidrelétricas, principais fontes de geração de eletricidade do País.

Em julho de 2015, por exemplo, a CCEE informou que as afluências no sistema interligado nacional alcançaram 118%, ante 98% da média histórica. Por esse motivo, o valor do PLD ficou em R$ 213,65 no Sudeste-Centro/Oeste. Ou seja, o valor chegou a ser inferior ao praticado uma semana antes de julho de 2015.

Motivo

Mesmo com essa situação, o PLD hoje vale 169% menos. Nesse caso, apesar dos R$ 86,22/MWh esse valor ainda é maior (em 14%) ao praticado uma semana antes, justamente pela redução de previsão de afluências.

Conforme o Portal JornalCana apurou, mesmo que novas altas sejam registradas nas próximas semanas, dificilmente o PLD alcançará o valor de R$ 231,65/MWh de julho de 2015.

O mercado spot tornou-se estratégico na safra em vigor, a 2016/17, da região Centro-Sul do País, porque há sobra de biomassa em boa parte das usinas de cana-de-açúcar. Essa sobra reflete a moagem iniciada antes, em parte das unidades, e fica armazenada nas unidades.

Baixa procura

Segundo executivos de unidades, como há sobra de energia elétricas convencional, e o consumo de eletricidade caiu por conta da recessão, os consumidores industriais têm optado por adquirir a energia convencional ao invés de comprar biomassa nas usinas para transformar em vapor.

Diante a realidade, muitas usinas têm preferido manter os estoques de biomassa à espera de compradores. Como consequência, o preço da tonelada de biomassa retirada na unidade, que já valeu R$ 100 no primeiro semestre de 2015, hoje é adquirida por R$ 30 em usinas do interior paulista.

Leia também: Bagaço de cana sobra em usinas e preço despenca