Mercado

Uva desbanca a borracha na pauta de exportações de PE

O aumento das vendas externas de uva provocou uma alteração na pauta de exportações de Pernambuco. A uva passou a ocupar o segundo lugar entre os produtos exportados ao registrar e um crescimento de 171%. Passou de R$ 13,2 milhões, entre janeiro e outubro de 2004, para R$ 35,9 milhões, nos 10 primeiros meses de 2005. Com esse resultado a uva desbancou a borracha de butadieno e o açúcar ainda lidera as exportações do estado.

A movimentação pela operadora do Porto de Suape, Tecon Suape, de contêineres de 20 pés (TEUs) carregados com uva produzida no Vale do São Francisco cresceu 363%, na comparação entre os 12 meses de 2004, quando foram embarcados 158 contêineres, e os 10 primeiros meses de 2005, com a operação de 731 TEUs. A alta é de quase seis mil toneladas, passando de 1,6 mil tonelada em 2004 para 7,6 mil toneladas, entre janeiro e outubro.

A previsão do presidente do Tecon Suape, Sérgio Kano, é de que os resultados de 2005 alcancem um patamar ainda maior, pois as exportações de uva seguem firmes até dezembro, quando o terminal espera alcançar um volume até 500% a mais do que em 2004, consolidando a empresa como o maior do Nordeste nesse item.

As expectativas da diretoria do Tecon Suape encontram respaldo do presidente da Valexport (Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco), José Gualberto de Freitas Almeida, para quem o aumento das exportações pernambucanas de uva deve ser visto por dois ângulos.

O primeiro baseia-se no fato de se fazer uma comparação a partir de uma base de produção muito baixa, em razão de, no ano passado, as enchentes terem destruído parte dos parreirais. Gualberto aponta, em segundo lugar, que o crescimento reflete a modernização acelerada do porto com a introdução de novos softwares, tornando mais rápidos os embarques.

Cita ainda a instalação de mais tomadas reefers, permitindo a conservação dos produtos durante a permanência dos contêineres nos pátios de Suape. Outros aspectos positivos citados pelo empresário referem-se à diminuição dos custos operacionais tornando Suape mais competitivo comparativamente aos outros portos do Nordeste e também a existência de novas linhas, totalizando 26 escalas internacionais.