Fuligem de queimada, acidentes com o podão, cobras, altas temperaturas. Esses são alguns dos problemas enfrentados pelos trabalhadores no corte da cana de açúcar crua por todo país. Periodicamente, fiscais do Ministério do Trabalho visitam lavouras em busca de irregularidades.
De acordo com os especialistas, o gasto com o equipamento de segurança não deve entrar na planilha de custo e, sim, na de investimentos, já que além de evitar multas, gera menos acidentes e menos prejuízo aos negócios.
De acordo com o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), dos 39% de acidentes com cortadores de cana no Estado de São Paulo, 14,4% referem-se a problemas nos olhos, 10,4% nos pés e 9,2% nos braços.
“O custo de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) fica em torno de R$ 0,40 por dia para a empresa. Já um cortador de cana parado deixa de produzir R$ 500,00 por dia para a usina”, diz Jorge Augusto Barbieri de Andrade, supervisor de Vendas da Bracol EPIs, empresa que possui uma linha de calçados e luvas específica para o setor.
Ministério do Trabalho
O uso dos EPIs é obrigatório, segundo a Lei no 6.514/77. Os cortadores de cana devem utilizar botina de canavieiro, caneleira (perneira), luvas, óculos de segurança, touca árabe (boné), mangote e protetor de lima. O Ministério do Trabalho atesta a qualidade dos EPIs com a emissão do CA (Certificado de Aprovação). O fornecimento e a comercialização destes materiais sem o CA é considerado crime.
O setor canavieiro do Brasil não tem quantificado quantos acidentes anuais o país tem com seus trabalhadores. Mas segundo Mário Márcio dos Santos, do GSO (Grupo de Saúde Ocupacional), ligado a 233 usinas de açúcar e álcool brasileiras, os números de acidente diminuíram, principalmente depois da NR31 (norma que regulamenta o trabalho na agricultura) e do aumento de fiscalização.