Um caso clássico de uso racional de água ocorre no Grupo Colombo que implantou em 2002, na sua usina em Ariranha, SP, um projeto que tornou-se inclusive uma das referências no setor. Essa iniciativa surgiu devido à necessidade de minimizar o consumo de água e o volume de vinhaça gerado. “Todas as águas residuárias eram despejadas na vinhaça”, relata Hélio Pavani, gerente operacional das unidades Palestina e Santa Albertina localizadas no Estado de São Paulo, que também desenvolveram processos de tratamentos similares ao da matriz.
“Além da estação de tratamento de efluentes, foram instaladas torres pra maior aproveitamento do condensado na indústria. Com isso, o volume da captação diminuiu de 1,8 m3/h para 0,7 m3/h”, detalha Pavani que acompanhou a instalação e o funcionamento do projeto em Ariranha. Segundo ele, houve também a instalação de circuito fechado em toda refrigeração das moendas e na separação da fuligem nas caldeiras e a diminuição da lavagem de cana que consome muita água.
O sistema de tratamento é aeróbio com capacidade de 150 m3/h de efluente bruto, composto de lagoas de aeração impermeabilizadas de grande capacidade, divididas em caixas efluente bruto – pulmão, caixas de equalização, caixa de aeração e caixa água polida. “Na caixa de aeração há o lodo ativado que consome as matérias orgânicas, que seria a demanda química de oxigênio, deixando a água em condições idênticas a águas dos rios, com oxigênio dissolvido em torno de 7 – 8 mg/l, na qual chamamos de água polida”, explica Hélio Pavani.
A Usina Colombo faz captação em lagoa e poço profundo do aquífero Guarani. “A unidade de Ariranha devolve a água tratada no rio próximo da usina, com DQO 40 ppm, oxigênio em torno 6,5 – 8,0 e PH de 7,5 – 8,0. Estamos fazendo modificações para 2010, com o objetivo de utilizar uma parte desta água na indústria”, informa. De acordo com Hélio Pavani, a utilização dos recursos naturais faz parte do plano diretor da Colombo. “Tudo que envolve o meio ambiente pesa nas decisões da diretoria. Não poupamos investimentos para esta área”, ressalta.