Mercado

Usineiros esperam aumento do consumo de álcool

O presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), Eduardo Pereira de Carvalho, disse ontem que deverá crescer muito nos próximos anos o uso do álcool como combustível em outros países. Segundo ele, isto foi constatado na conferência “World Ethanol 2004”, realizada esta semana em Londres.

Carvalho, que foi um dos principais palestrantes do evento, disse que os preços do álcool combustível no mercado brasileiro deverão continuar pressionados pelo menos até os primeiros meses de 2005, antes do início da próxima safra da cana-de-açúcar, em abril.

Ao longo dos últimos 12 meses, o preço médio do álcool combustível nas destilarias apresentou uma alta superior a 40%. Carvalho, no entanto, rebate as críticas de que o aumento seja resultado da ganância dos usineiros. “O que ainda boa parte das pessoas desconhece é que o mercado do álcool é livre, obedecendo à oferta e à demanda”, explicou.

O presidente da Unica atribui a elevação dos preços ao forte salto no consumo de álcool combustível no Brasil este ano.

Além disso, as exportações de álcool praticamente triplicaram desde o passado, saltando de 750 milhões de litros para 3 bilhões de litros em 2004. “Se tivéssemos mais um bilhão de litros para exportar, eles também seriam vendidos”, justificou.

Segundo Carvalho, a entrada da nova safra de cana-de-açúcar em abril poderá ter fazer os preços baixarem, como aconteceu em fevereiro deste ano. “É possível que ocorra o mesmo em 2005, mas até fevereiro ou março os preços deverão permanecer elevados”, avisou.

Ele defendeu que a solução seria a criação de um estoque regulador ou de emergência, para evitar forte volatilidade nos preços do álcool. “Estamos defendendo essa proposta há muito tempo como uma forma de trazer mais estabilidade ao mercado”, disse Carvalho.