A Zilor Energia e Alimentos apresentou o melhor resultado financeiro da sua história, com lucro líquido de R$ 711,4 milhões.
Segundo a empresa, a conquista é consequência dos bons preços dos produtos sucroenergéticos registrados na última safra e das medidas de governança e gestão adotadas pela companhia, com foco na eficiência de seus processos industriais.
De acordo com o diretor-presidente da companhia, Fabiano José Zillo, a safra 2021/22 foi de transformação e aprendizado diante dos cenários adversos resultado do período pandêmico.
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“Nunca aprendemos tanto. Percorremos caminhos desafiadores e fizemos das dificuldades oportunidades para nos fortalecer. Superamos nossos próprios recordes, revisitamos e consolidamos processos e, com resiliência e dedicação, tivemos o melhor resultado da história da companhia. Sem dúvida, temos muitas razões para comemorar esse resultado, que foi marcado ainda pela comemoração dos 75 anos da Zilor”, destaca.
Durante a última temporada, a Zilor passou por um ciclo de revisão e simplificação de processos e avançou o planejamento dos negócios. Todas as ações implementadas resultaram em eficiência nos processos e contribuíram para que a companhia alcançasse a Receita Líquida de R$ 3,2 bilhões no período, aumento de 32,9%, EBITDA Ajustado de R$ 1,1 bilhão, superior em 45,4%, e Lucro Líquido recorde de R$ 711,4 milhões, com incremento de 64,7%, todos comparados com a safra anterior.
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O caixa da companhia recebeu o reforço de R$ 480 milhões com captação de Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), que contou com demanda 2,12x superior à oferta, levando a uma redução de 1,8 pontos percentuais da taxa inicial, e resultando em condições atrativas.
Adicionalmente, a Zilor captou R$ 100 milhões via Programa BNDES RenovaBio, que oferece a possibilidade de redução da taxa de juros da captação, caso a companhia comprove o atingimento das metas de redução de CO2 estabelecidas pelo programa, e segue em linha com o compromisso sustentável da Zilor.
A empresa encerrou a safra 2021/22 com Caixa e Equivalente no montante de R$ 1.783,5 milhões e Dívida Líquida de R$ 1.370,9 milhões. Após um intenso processo de mudanças e desalavancagem iniciado em 2018, quando a Zilor registrava um indicador Dívida Líquida/EBITDA Ajustado de 5,0x, e cuidadoso processo de avaliação de condições atrativas de captações no mercado, além de rígido controle de custos e despesas, a empresa reduziu esse indicador em 3,7x nos últimos 4 anos, registrando Dívida Líquida/EBITDA Ajustado de 1,26x em 31/03/22 ante 1,99x em 31/03/2021.
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Em junho de 2021, a Zilor lançou o Programa de Financiamento de Parceiros Agrícolas, com o objetivo de facilitar o acesso ao crédito para financiamento das atividades dos parceiros agrícolas, por meio de estruturação de Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC).
Esse Programa é um complemento que visa aprimorar o ecossistema com os parceiros, somado ao Programa de Fixação de Preço Futuro do ATR para o Açúcar para Parceiros, que permite acesso à ferramenta de gestão de riscos aos parceiros agrícolas, promovendo uma melhor previsibilidade dos seus fluxos de caixa e resultados, e contribuindo com o fortalecimento da sustentabilidade dos parceiros.
“Tudo isso só foi possível por estarmos preparados, trabalharmos com disciplina para cumprimento de todos os compromissos, com melhor planejamento da produção e fortalecimento das nossas competências, trabalhando com engajamento para superar os desafios impostos pelo cenário, a despeito de pressão de custos e de indisponibilidade logística, além dos desafios climáticos”, ressaltou Marcos Arruda, diretor financeiro da Zilor.
Investimento nos Canaviais
Investimentos nos canaviais e na modernização do parque industrial contribuíram para a obtenção de resultados expressivos para a Zilor, mesmo em meio a um cenário desafiador devido aos impactos climáticos sofridos durante o ano-safra, como seca e geadas.
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A companhia apresentou uma moagem de 9.859,1 mil toneladas de cana, volume 1,6% inferior quando comparado com a safra 2020/21, impactada pela redução de 3,3% da moagem de terceiros e compensada parcialmente pelo incremento de 3,0% na moagem de cana própria.
Enquanto as usinas das regiões do Centro-Sul tiveram quebra na produção de 17,4%, medida pelo TCH, no consolidado da Zilor essa quebra foi de 0,5%. Em um recorte para as usinas das regiões onde estão localizadas as plantas da empresa, a quebra foi de 8,9% em Quatá – SP e de 11,0% nas usinas localizadas na região de Lençóis Paulista – SP, enquanto a produtividade da Zilor teve incremento de 2,8% e 1,1% nas regiões comparadas, respectivamente.
“Com resiliência e foco, a companhia aumentou a produtividade e melhorou a eficiência nos processos, resultando em maior entrega de produtos no final da esteira, mesmo com uma moagem menor. No agronegócio, que contempla a produção de açúcar, etanol e FS (Fermentable Sugar), insumo utilizado para produção de ingredientes naturais na unidade de negócio Biorigin, braço biotecnológico da Zilor, foram registrados recordes de produção de açúcar branco, na eficiência industrial e na produção de FS”, explicou Zilo.
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A unidade Biorigin, uma das alavancas de crescimento da Zilor, onde cerca de 90% da produção é exportada para mais de 60 países, apresentou o 2º melhor resultado em dólar da sua história.
“Diante de boas perspectivas e de cenário de demanda mundial crescente, aprovamos investimentos relevantes na Biorigin, onde o principal projeto será realizado na unidade São José, na região de Lençóis Paulista – SP, com a ampliação do parque industrial que contribuirá para alavancar a produção, em linha com o plano de crescimento da unidade, na linha de segmento Food, na produção de extratos de levedura, e com ganhos de produção para o segmento Feed. A previsão é que os projetos sejam implementados nos próximos 2 anos”, anunciou Mauricio Barrosa, diretor de Negócios da Biorigin.
A Zilor também avançou em sua atuação e fortalecimento dos pilares de ESG (Ambiental, Social e de Governança, na sigla em inglês). Nessa safra, com apoio de consultoria especializada em sustentabilidade financeira, a companhia passou por um processo de diagnóstico de ações ESG, com estudo realizado em comparação com as melhores práticas do mercado, onde foram identificados temas prioritários, cujas evoluções ao longo dos trimestres serão divulgadas nos relatórios de divulgação de resultados, de forma alternada, na sessão “Compromisso com o Desenvolvimento Socioambiental”.
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A Zilor aprovou também investimentos para ampliação dos negócios de energia renovável. Por meio de direito de comercialização via leilão, que resultará em aumento da capacidade de geração na unidade Barra Grande, com início de operação em 2024, e, através da aquisição do direito dos contratos de operar via leilão A-6/2017 (vigência de 25 anos), com anuência de transferência concedida pela ANEEL, também destinará investimentos com a mesma finalidade à unidade São José, com início previsto para 2023.
Ao todo, serão direcionados investimentos ao redor de R$ 550 milhões, dos quais já investidos cerca de R$ 150,0 milhões até o encerramento da safra 2021/22. Essas iniciativas, quando maturadas, ampliarão a capacidade do parque gerador em cerca de 60%, além de trazer maior eficiência nas caldeiras com mais turbinas, utilizando a mesma quantidade de biomassa e gerando mais energia por tonelada de cana e reduzindo o consumo de vapor nas plantas.